Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

Use antes de agitar: leia as normas do blog e lembre-se: comentários são moderados. Anônimos não serão publicados.

E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Baixaria

Será que nunca faremos se não confirmar
A incompetência da América Católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos?
Caetano (Podres poderes)

Outro dia um imbecil que mora lá no "tio sam" fez uma pataquada, típica de programa do ratinho, com a bandeira do Brasil. Ele xingou, esbravejou e, no final, jogou a bandeira no chão e mijou em cima. Ora, todo mundo sabe que brasileiro não é bem visto em lugar nenhum, principalmente em país rico. Quando chega a horda de turistas brasileiros, os gringos correm para esconder as coisas de valor.

Só que agora algum imbecil brasileiro resolveu pagar a baixaria com a mesma moeda. Adivinha: um jornalista carioca. Porque será que isso não me surpreende? Os cariocas juram que o Brasil termina ali, nas fronteiras do Rio. O resto é resto. ELES são brasileiros e, como tal, têm que tomar as dores do sacrossanto pavilhão da pátria, mesmo que seja pra fazer papel de palhaço pro resto do mundo. Como se isso fosse novidade.

Será possível que nós seremos sempre sujeitos à visão terceiro-mundista de meia dúzia de jornalistazinhos que se julgam no direito de tomar as dores da pátria? Nunca vamos crescer? Seremos sempre o país do ratinho, das bananas e das piadas? Parece que sim: enquanto deputados discutem seus aumentos, bandidos assaltam alegremente os turistas lá em jacarepaguá, e todo mundo acha que o brasil é ali mesmo.

Pois o cara quer mijar na bandeira dos EUA em frente ao consulado. Eu, se fosse chefe da polícia, mandava prender, enquadrar e dar uma surra no cidadão, que é pra mostrar que, se lá eles não têm vergonha na cara, aqui não se pode mijar impunemente em praça pública.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Soy contra!

Não bulo com governo, com polícia, nem censura
É tudo gente fina, meu advogado jura
Raul Seixas (Quando acabar o maluco sou eu)

Não adianta, eu não consigo ser a favor de governo algum! Eu até voto nos caras mas, no dia em que eles deixam de ser oposição e viram governo, eu já estou contra eles. Será algum trauma?

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Os que eu sustento

Trabalho no ritmo desse Chamamé
Meu pouco Salário faz minha ilusão
Taiguara (Voz do leste)

Confesso que entrei 2007 cansado e desiludido. Sou classe média, como quase todo Cirurgião Dentista neste país. Sei de pouquíssimos que ganham o suficiente para não precisar fazer malabarismos no final do mês para pagar as contas. O problema é que a "classe média", mais do que uma classificação econômico-social, tem se tornado uma piada, de mau gosto.

Cada vez mais, nós é que pagamos por tudo o que acontece no país. Sustentamos pobres e ricos. Os pobres recebem o dinheiro que o governo me extorque dia após dia, via impostos absurdos que incidem até sobre os serviços mais essenciais de que uma criatura pode precisar. Além dos pobres, os políticos e outros figurões do governo também viajam de jatinho e bebem Moet & Chandon com o meu dinheiro. Contra isso eu posso fazer muito pouco: tentar sonegar ao máximo todos os impostos que eu conseguir e esbravejar neste blog.

Eu também sustento os ricos. Eu tenho que comprar coisas, gasolina (que tem adição de álcool, produzido por riquíssimos usineiros), carne (produzida por ricos fazendeiros), carro, roupa, sapato, cerveja, e por aí afora. Cada vez que eu compro um gênero de primeira necessidade, como esses que citei acima, eu estou dando dinheiro para um empresário que não vai precisar contá-lo no fim do mês para pagar as contas, como eu faço.

A bem da verdade, eu prefiro sustentar os ricos. É que eu não sou obrigado a comprar as coisas, compro porque quero, sinto vontade e tenho um retorno. Eu adquiro alguma coisa. Já quando eu sustento os pobres, o dinheiro me é tomado à força, extorquido, roubado. Além disso, meu retorno é zero! Se eu der 20 paus a uma família de índios que está dormindo na calçada em frente ao mercado municipal, eu ajudei a família e me sinto bem com isso, tenho um retorno emocional, sou recompensado na minha consciência. Se o governo me rouba e dá esse dinheiro aos índios, pra mim, só ocorreu o roubo. E os índios ainda saem dizendo que foi o Lula que ajudou.

Hoje eu li uma entrevista com a economista Patrícia Andrade, em que ela diz uma coisa que eu sempre pensei, e até cheguei a falar algumas vezes. Ela escreveu um artigo em resposta ao Arnaldo Jabor, falando sobre meninos de rua. O Jabor dizia que todos nós temos culpa por aqueles meninos estarem pedindo dinheiro nos sinais de trânsito e a Patrícia Andrade argumentou que ela não tem culpa nenhuma, que ela sempre cumpriu com seus deveres. Nossa, eu sempre pensei assim! Eu acho exatamente isso, eu não sou culpado pela pobreza, pelo contrário, eu sustento um governo patriarcal e populista, que eterniza a pobreza contra a minha vontade. Eu sei que só a educação de qualidade pode acabar com a pobreza. Para isso é preciso uma política agressiva, professores bem formados e bem remunerados, investimento pesado em infra-estrutura e tals, mas o governo prefere o fome-zero...

Mas eu sei que os sucessivos governos não querem acabar com a pobreza. Não é um bom negócio. Manter uma parcela do povo na pobreza é uma coisa boa, porque o governo diz que dá a eles, e eles mantém os governantes no poder. Círculo vicioso.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Pau no lombo!

O usineiro, nessa luta, grita (ponte que partiu)!
Não é idiota, trunca a nota, lesa o Banco do Brasil
Chico Buarque (O malandro)

Sinto muito, mas não pude deixar de rir dessa: Um rapaz argentino foi fazer uma tatuagem mas, talvez querendo economizar, não procurou um tatuador decente: foi em um buraco qualquer e mandou tatuar, nas costas, o escudo do time do coração, o Boca Juniors. É claro que o barato saiu caro, como sói acontecer, e o pilantra tatuou um pênis nas costas do moço. No local não tinha espelho, então o rapaz só notou o "engano" quando chegou em casa.

Guardadas as devidas proporções, é o mesmo que procurar serviço odontológico baratinho: você não está vendo o que o dentista está fazendo, não tem controle algum sobre o que acontece dentro da sua boca quando está lá sentado, tem que confiar plenamente na mão do profissional para fazer o trabalho.

Então, continua valendo o meu antigo conselho: procure um profissional que tenha um nome a zelar, que seja sério, que tenha estudado, que tenha resultados para mostrar, que saiba o que está fazendo. Tratamentos baratinhos, aparelhos 'de graça', prêmios, brindes e promoções são armadilhas, são o equivalente ao conto do bilhete premiado, você pensa que está ganhando quando, na verdade, é você o otário.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Óxido nitroso

Conte comigo meu amigo, se for pra te dar a mão
Mas se for pra correr perigo, que seja boa a razão
Almir Sater (Razões)

Depois da polêmica da menina que morreu após um procedimento no qual se utilizou a sedação consciente com óxido nitroso, muitos Cirurgiões-Dentistas começaram a discutir a segurança do gás. Com razão, pois por aqui a técnica é relativamente nova e nós não temos o costume de sedar pacientes para tratamento odontológico, então o novo sempre assusta.

Para registro histórico, há que se dizer que o N2O foi o primeiro anestésico utilizado no mundo*. Era chamado de "gás hilariante" e utilizado como forma de animar festas do século XIX. Observando uma dessas festas, Horace Wells, um dentista americano, percebeu que as pessoas que inalavam o gás ficavam muitíssimo menos sensíveis à dor, chagando ao ponto de se machucar com alguma gravidade sem nada sentir. Isso lhe deu a idéia de usar esse efeito para evitar a dor durante as extrações, pois nessa época extrações, sem anestesia, eram os únicos procedimentos do dentista. Na verdade, dentista bom era aquele que "arrancava" rapidamente o dente, porque assim o paciente passava menos tempo sentindo dor.

Pois então, Wells inalou o gás e solicitou que um de seus alunos lhe extraísse um dente. Sucesso. Professor universitário, reuniu a cúpula da universidade para uma demonstração, mas um erro na dose do anestésico fez com que o paciente selecionado sentisse dor e a técnica ficou desacreditada, enterrando a carreira de Wells. Anos depois o gás foi reabilitado e passou a ser utilizado nos EUA com grande sucesso. Aliás, por lá é comum, inclusive, o uso de sedação inconsciente (quase anestesia geral) para tratamento odontológico.

Agora a sedação com N2O começa a se popularizar no Brasil, com a desconfiança natural das técnicas novas, mas é um procedimento reconhecidamente seguro.

Um artigo interssante sobre o tema está no Jornal da ABO, vale a pena uma lida.

* Em tempo: Na verdade o N2O não foi o primeiro anestésico usado, mas o primeiro que recebeu esse nome. Culturas ancestrais utilizavam ervas que diminuíam a sensibilidade à dor, mas Wells ficou na história como o descobridor da anestesia, com o advento do óxido nitroso.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Adesivo

Governadores, Deputados, Vereadores
Saqueando bancos e bancando defensores
Rita Lee (Arrombou o cofre)


Colaboração do Marco Antonio, tnx.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Vixe!

Dançarei pelado na cratera da lua
Mesmo sem saber onde termina a minha e onde começa a sua
Cazuza (Balada de um vagabundo)

Às vezes eu me divirto com as formas pelas quais as pessoas encontram meu blog. Tem muita gente que pesquisa sobre tratamento de alveolite e encontra o meu post sobre esse assunto. Eu fico feliz por poder divulgar o tratamento com pó de sulfa e eugenol que o meu pai ensinou. Outros procuram assuntos da atualidade e se deparam com a minha pífia oponião, mas que, de um jeito ou de outro, está publicada para quem quiser ler.

Outras vezes os caras procuram coisas que não têm nada a ver com o assunto, como no caso daqueles que procuraram no Google Images a palavra "pensamentos". Onde já se viu, imagem de pensamento?!?

Mas essa última me deixou de cabelo em pé. Eu quase não acreditei que um ser humano possa ter procurado essa combinação, veja por si só:



Viu? Ali, na última linha: Keywords: dentista, pelados.

Vixe, e ainda foi parar no meu blog!!! No dia 06 de janeiro, o dia da epifania!

Começou bem, o ano de 2007.

Em tempo: o post sobre o caso da extração dentária que causou uma tragédia foi atualizado.