Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

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E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Mudança

Eu vou prá Maracangalha, eu vou!
Eu vou de 'liforme' branco, eu vou!
Eu vou de chapéu de palha, eu vou!
Eu vou convidar Anália, eu vou!
Dorival Caymmi (Maracangalha)


Tá, então eu vou explicar: eu vou me mudar de cidade. Hoje eu moro em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, aquele que era parte do estado de Mato Grosso, que foi dividido, tornando-se dois, no ano de 1997. Faça as contas: até hoje tem gente que confunde os dois estados. Morei aqui a minha vida inteira, desde que nasci até hoje, só saí para fazer mestrado, quando morei durante dois anos em São Paulo, uma época muito feliz na minha vida.

Agora me aparece uma oportunidade de morar no Nordeste, antigo sonho. Então eu não vou esperar pra ver se é só brincadeira, eu vou fazer acontecer! Eu vou!

Lembra que eu fui até João Pessoa, na Paraíba (atenção, não é em Pernambuco) e achei o máximo? Pois é, eu vou me mudar pra lá. Estou de viagem marcada, de mudança, de mala e cuia. Provavelmente esta é a última vez que escrevo daqui, do meu consultório em Campo Grande. Viajo no dia 05/02, com as filhotas, para ficar por lá. A Respectiva ainda tem alguns trâmites burocráticos pra resolver por aqui, então ela vai logo depois. Mas eu não volto mais, só pra passear, pra ver os parentes. E estou queimando meus navios...

Duas coisas me doem nessa mudança: vendi meu carro, que era um símbolo da minha independência, mas custava caro, não era novo, gastava muito, já estava começando a dar oficina e a prestação era um horror. Vamos levar só o da Respectiva, que é menor, mais novo, mais econômico, prestação mais barata. Fazer o que, voltar a ter um carro só. Outra coisa que está doendo é transferir meus clientes. Estou sugerindo o nome de dois colegas (o Cotonette e o Galalau) e entregando a documentação original, junto com um relatório do que foi planejado e executado até agora. Meus clientes são a expressão de eu ser ortodontista, me dói muito mandar pra outro colega - ainda que esses colegas sejam muito queridos - sem terminar os tratamentos que eu comecei. Mas não dá pra manter o consultório aqui e vir uma vez por mês, como chegaram a me sugerir, pois os pagamentos desses clientes, para eu não ficar no prejuízo, teriam que sofrer um aumento beeeem grande. Então, o melhor que eu tenho a fazer é mandar pra outro mesmo.

Por outro lado, estou animadíssimo com a mudança. É começar vida nova! Em um lugar que eu sempre sonhei morar, montar clínica, trabalhar em universidade federal! As meninas também estão animadas, já estão matriculadas em escolas de lá e as aulas começam logo depois do carnaval. Eu ainda tenho que arrumar casa pra alugar (não vai ser difícil, tá assim de gente me ajudando com isso), montar meu consultório e mandar a mudança (nossa, o preço de uma mudança daqui pra lá é impressionante!), mas isso são detalhes. O mais importante é que nós decidimos que vamos morar lá, agora lá será o nosso lar, vamos nos tornar parte do lugar. Vou me esforçar para contar aqui a novela da mudança conforme for acontecendo, mas não posso prometer muito, porque devo ficar uns bons dias sem computador, dependendo da bondade dos amigos para ler e-mail. Mas, assim que puder, coloco até fotos!

Desejem-me sorte, que eu acho que vou precisar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Fazer direito... ou ficar rico?

Depende de nós
Se este mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá
Ivan Lins (Depende de nós)

Pois não é que outro dia alguém postou um comentário em um post antigo, sobre os famigerados "aparelhos de graça" que viraram moda há uns tempos atrás? Reproduzo aqui o comentário do "Anônimo":

Gente... vcs estão vivendo no mundo da Lua... Me diga... como faz pra chegar até aí??? Isso tudo é ilusão... não se ganha mais dinheiro fazendo uma odontologia bonitinha !!! Camarão que dorme a onda leva !!!

Bom, como o blog é meu, eu já avisei, me dou o direito de publicar e argumentar sobre os comentários dos leitores, infelizmente esse colega não assinou, mas mesmo assim eu não vou fugir da discussão.

Então, vamos lá. Para chegar até aqui, onde nós estamos, eu e outros leitores que também comentaram, é preciso estudar, estudar muito, e, se você achar que ainda não está preparado para fazer uma Odontologia de excelência, estudar mais ainda. Nós não estamos vivendo no mundo da lua, mas fazemos nossa parte para que este mundo em que vivemos seja um pouco melhor. Jogamos nossas gotinhas de água na floresta em chamas, como aquele passarinho da história. Nada disso é ilusão, ou talvez seja, mas sem ilusão, de que vale a vida? É preciso sonhar, acreditar que podemos melhorar. Sem isso, o sentido de viver se vai, seremos simplesmente máquinas, tentando sobreviver, ganhar dinheiro, superar as outras pessoas, ao invés de conviver em harmonia com elas.

Por outro lado, quando você diz que 'não se ganha mais dinheiro fazendo uma odontologia bonitinha', eu fico preocupado. Eu não quero uma odontologia bonitinha. Eu quero uma Odontologia fantástica, a melhor, o que de mais moderno existe. Eu quero o melhor para o meu cliente, independente do dinheiro, porque este é conseqüência do trabalho bem feito. Eu EXIJO a melhor Odontologia, que ela seja linda, que ela seja de primeiríssima qualidade! Quando colocamos o ganho financeiro à frente do bem-estar e da saúde do nosso paciente, começamos a morrer como profissionais, nasce aí o comerciante. Comerciantes são ótimos, quando vendem calças, camisas, sapatos e outros objetos. Vender saúde é diferente. Não há margem para erro. Se você não fizer o melhor, sem pensar primeiro no seu dinheiro, a probabilidade de sair merda* é grande.

Finalmente, não somos camarões. As ondas que aparecem na Odontologia são nada mais do que isso mesmo: ondas. Chegam, sacodem tudo e se vão. Nós ficamos. Ficamos fazendo o melhor possível, ficamos com a certeza de que onda nenhuma vai nos fazer diminuir a qualidade do nosso trabalho, porque acreditamos em um mundo melhor. Não se deixe levar, colega, por essas ondas passageiras, crie vergonha, seja um bom profissional e fique em paz com sua consciência. Trabalhe direito, valorize-se, não minta para os seus clientes, faça um trabalho honesto e de excelente qualidade, estude, estude muito, porque assim se fazem os grandes profissionais, aqueles que realmente fazem a diferença.

É possível, sim, fazer direito e ganhar dinheiro. Acredite!

* Desculpem-me os leitores mais sensíveis, por essa palavra de 'médio calão', mas não consegui encontrar nada mais adequado ao que estava pensando. Tentei reproduzir fielmente minha sensação no momento. Afinal, sou humano, também falo palavrão.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Feliz Ano Novo

Me desculpem o sumiço, o silêncio, a ausência. Estou estudando pro concurso e arrumando minhas malas para a mudança. Mudar de cidade dá um trabalhão danado. Além disso, preciso transferir os tratamentos dos meus clientes do consultório para outro colega, preparar aula pra especialização e terminar coisas que eu não terminava há anos...

Então um feliz 2008 a todos e nos vemos, quem sabe, quando eu estiver na casa nova.