Notícia de hoje no site do Terra: Bebê é internado após usar remédio "Doutorzinho". Bom, até aí a história é previsível, porque remédio fazer mal pra criança não é exatamente novidade. O problema, independente do uso errado que os pais fizeram da medicação, é que o tratamento foi dificultado porque ninguém sabe direito o que tem dentro do frasco. Tem cheiro de cânfora, mas não consta a composição. Tratamento sintomático e ponto!
Isso me lembrou da minha época de acadêmico, quando estava na moda, na minha faculdade, tratar alveolite com uma medicação chamada "Alveosan". Pois o tal medicamento era vendido (não sei se ainda existe) na dental, para os CD´s, uma pomada marrom com cheiro forte que vinha SEM BULA, só trazia escrito, no tubo, que era indicada para o tratamento de alveolite. Funcionava, até porque a quantidade de casos de alveolite que a gente tinha era brincadeira... talvez porque os pacientes já chegassem na clínica com infecções periapicais intratáveis, talvez pela quantidade de tártaro (que caía no alvéolo durante a extração), ou porque ainda não se usava autoclave, só estufa térmica, ainda mais que a esterilização do instrumental era responsabilidade do próprio acadêmico, imagine...
Mas o fato é que se usava uma medicação que NINGUÉM sabia o que continha. O professor indicava, os alunos usavam. Eu sempre preferi usar o curativo para alveolite que o papai ensinou (é, meu pai é CD também e foi professor, meu inclusive): óxido de zinco e sulfa em pó (aquela, de colocar em machucado) em proporções iguais, eugenol pra fazer a massa. Anestesia, curetagem caprichada e preencher o alvéolo com a massaroca recém misturada, mandar o cliente pra casa. Em uma semana a bolota de massa, endurecida, cai, e o alvéolo está curado. Simples e a gente sabe o que está colocando na boca do cliente.
Reboot?
Há 2 dias
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