Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

Use antes de agitar: leia as normas do blog e lembre-se: comentários são moderados. Anônimos não serão publicados.

E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Casos de um doutorado III

Alfa e Omega – O princípio e o fim de tudo

Primeiro dia do doutorado em Sampa. Cheguei feito cachorro caído de caminhão de mudança, sem saber pra onde ir, onde ficar, pra onde correr. Um caipira perdido e deslumbrado, matriculado na pós-graduação do maior centro de ensino e pesquisa da América Latina. Fui de mala e tudo pra faculdade, assistir às aulas da manhã.

Terminadas as aulas, fui procurar um computador pra mandar e-mail pra casa, dizendo que está tudo bem. No corredor encontro o Renato, aluno da graduação, todo orgulhoso porque sua turma havia criado uma empresa júnior dentro da faculdade e ele era um dos diretores. Parei pra um dedo de prosa, contamos nossas histórias e ele me pergunta onde eu ia ficar em Sampa.

- Sei lá, tenho que ver, acho que vou procurar um hotel, pensão, qualquer coisa.
- Pô, acho que na casa do Zero tá abrindo uma vaga, teve um cara que defendeu tese esses dias. Vamos lá procura-lo.

Encontramos o Zero no restaurante do CA. O Zero viria a se tornar um dos melhores amigos que eu já encotrei na vida, depois escrevo sobre ele. O Renato contou minha história pra ele e imediatamente ele me convidou pra ir pra casa dele.

- Você dorme lá, a gente vem amanhã juntos pra facu. É bem pertinho dá pra ir a pé.
- Mas eu não tenho roupa de cama, nada.
- Queisso, tem tudo lá, vambora. Depois da aula da tarde eu te espero na sala de informática.

Terminadas as aulas fomos, eu e o Zero, pra casa dele. Realmente era bem perto. Chegamos, pedimos pizza e cerveja – pizza de Sampa, não tem igual no mundo! Dormi em uma das 6 camas vazias que tinha no ap. Morei na república do Zero até o final do doutorado.

Último dia. Defendi minha tese, limpei o armário, tudo pronto pra ir embora. Encontro com o Zero na sala de informática.

- Cara, vamos fazer um churrasco na república!
- Beleza, a gente passa no mercado, compra carne, carvão e cerveja e começamos a assar já.

Saímos juntos e, no corredor, encontramos com o Renato. Eu não o tinha visto mais desde aquele primeiro dia. Ele formado, com pasta 007, todo arrumado, veio nos cumprimentar. Eu não pude deixar de reparar na coincidência de ter encontrado esse mesmo cara no primeiro e no último dia do meu doutorado. Se eu acreditasse em deus eu ia dizer que foi a mão dele, pra me lembrar do dia em que eu cheguei em Sampa, perdido, deslumbrado. Eu tenho uma dívida enorme com o Renato, por ele ter me apresentado o Zero, por ele ter parado naquele corredor pra conversar comigo no primeiro dia, por ele ter aparecido no último dia pra me lembrar disso tudo.

ps. Tem fotos da tese no meu site oficial. Quem sabe onde é pode ver.

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Fiquei sem HD. O meu pifou, eu tive que trocar, por isso não tenho postado com a frequência costumeira. Agora, que já está funcionando direito sem que eu arrancasse os poucos cabelos que me restam (thanks à cópia de segurança, pela qual sou fanático e que me salvou já de várias), estou meio adoentado, mas estou preparando um texto sobre uma das histórias do doutorado. Só estou sem condições de revisar.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Casos de um doutorado II

A disciplina "de vez em quando..."

Na mesma época que eu fazia a disciplina de Perícias Odontológicas, no Departamento de Odontologia Legal, eu me matriculei na de Crescimento e Desenvolvimento Crânio-Facial, no Departamento de Odontopediatria. Ora, eu sou ortodontista, sempre estudei crescimento e trabalho com isso o tempo todo, mas essa disciplina não tinha nada com o tema da minha pós-graduação, onde eu estava estudando as propriedades dos fios ortodônticos, no Departamento de Materiais Dentários. Mesmo assim eu me inscrevi e fui bem aceito por lá.

Primeira aula: cheguei, conheci os colegas (todos odontopediatras) e recebi a ementa da disciplina. Embriologia na cabeça, nada a ver com o que eu esperava. Síndromes, bioquímica, genética, essas coisas. E eu, que só queria estudar o quanto a mandíbula cresce em um paciente Cl. II de Angle dos 5 aos 9 anos...

Bom, já estava na chuva. Segunda aula: cheguei na sala e não tinha ninguém. Voltei pro meu departamento pra ler o Jesus me Chicoteia na internet. Depois fiquei sabendo que a sala tinha sido mudada, mas como TODOS os meus colegas eram da Odontopediatria, eles se esqueceram de me avisar.

Terceira aula: cheguei na sala original, ninguém de novo. Desta vez eu fui no departamento procurar. Meus colegas estavam lá, sem fazer nada e disseram que a aula fora cancelada. Na outra semana eles se lembraram de me avisar 5 minutos antes, qua não haveria aula. Na outra se esqueceram de novo. E assim foi, tinha uma aula, passavam-se 2, as vezes 3 semanas sem. Eu sempre ia procurar no horário certo, mas voltava cabisbaixo alguns minutos depois.

Cursando Perícias e Crescimento no mesmo semestre, meus colegas começaram a apostar quanto tempo eu ia demorar pra voltar pro computador cada vez que eu me levantava para ir pra uma aula, vejam que maldade.

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Casos de um doutorado

Acabou a desculpa. Tese defendida, agora não tem mais porque não escrever, só o que pode atrapalhar é a falta de inspiração, mas com as histórias que eu vivi durante minha pós-graduação, tenho certeza que a frequência dos posts será bastante razoável.

A disciplina do "eu sozinho"

Sempre achei a área de perícias interessante. E isso vem de uma época em que ainda não existia o CSI. Já fui perito de plano de saúde, então me considerava apto a me matricular na disciplina "Perícias Odontológicas", durante o doutorado. O interessante é que o departamento em que eu estava matriculado estimulava o cumprimento de créditos em outros departamentos, então eu fui procurar disciplinas na Odontopediatria e até na Odonto Legal, que foi o caso dessa de perícias.

O problema é que eu fui o único matriculado nessa disciplina. Era um crédito bom, as aulas marcadas em um horário em que eu não tinha outras coisas a fazer, me pareceu interessante. Também me matriculei na disciplina de "Crescimento e Desenvolvimento Crânio-Facial", na Odontopediatria. Sempre gostei de estudar crescimento, ora, eu sou ortodontista, trabalho com isso todo dia.

Primeira aula da disciplina de perícias. O professor me recebeu na sala dele, explicou que não reservou sala de aula porque só tinha eu matriculado, mas que se eu quisesse ele ministraria a disciplina só para mim. Opa, aceito! Conversamos um pouco, ele me explicou os fundamentos da disciplina, o que seria discutido, a ementa, essas coisas. Dispensado.

Segunda aula: cheguei, procurei o professor e nada. Ele não veio. Voltei para o computador para brincar na internet, eu teria 4 horas de folga. Deixei avisado no departamento de OL que se ele chegasse eu estaria na sala de informática. Não chegou (“O professor Fulano não costuma vir à faculdade de terça”, segundo a paulistaníssima secretária). Terceira aula: cheguei, o professor estava lá, me cumprimentou e pediu desculpas, pois tinha um compromisso urgente e teria que ir embora. Internet até o meio dia, de novo. E assim foi até o fim: ou ele não aparecia, ou mandava um recado, ou, no máximo, ficava conversando 15 minutos e me dispensava.

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Já é!

Já sou doutor. Defendi minha tese na sexta, dia 18, depois teve churrasco na república onde morei por uns tempos e onde deixo bons amigos. Depois eu conto detalhes.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Semana sem blog

Nesta semana eu não vou mais postar porque vou pra Sampa defender minha tese. Torçam para que eu não fale besteira lá na hora.

Próximo post só quando eu já for Doutor!

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Sêneca

Ah, dane-se! Não é todo dia que eu estou tão p... a ponto de citar Sêneca, então, lá vai:

"Deve-se aprender a viver por toda a vida e, por mais que tu talvez te espantes, a vida toda é um aprender a morrer"

Hoje eu não quero escrever

Levantei de mau-humor. Tem dias e dias, e hoje é um deles, acordei achando o mundo um lixo e resolvi não escrever nada que preste. Ia citar Sêneca, só pra dizer que não escrevi nada, mas antes, sei lá porque, passei no blog do Biajoni.

Cara, como é que alguém pode citar Sêneca depois de ler isto?

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Beirola limado

Um dos blogs que eu gostava de ler, o do Jair Beirola, está às moscas. Pena. Era recheado de sacanagem, bem humorado e inteligente, apesar de meio desbocado. Só que o cara não atualiza há meses, eu me cansei de ir lá visitar e encontrar tudo na mesma. Por isso ele foi limado dos meus favoritos (veja lá na coluna da direita) e devidamente substituído pelo Torre de Marfim.

O único blog que não atualiza como deveria e continua recebendo minhas insistentes visitas é o Jesus, me chicoteia, nem sei porque...

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

10 mitos da Ortodontia 5

A dor no tratamento ortodôntico

Não existem duas pessoas iguais. Embora isso faça com que a diversidade torne a raça humana mais interessante, pode ser difícil para quem trabalha com gente. Isso porque as pessoas reagem de formas diferentes ao mesmo tratamento. Em ortodontia, vemos claramente que alguns dentes são muito mais fáceis de movimentar do que outros, alguns clientes são mais sensíveis à dor, alguns mais resistentes.

A princípio, o tratamento ortodôntico não deve causar dor. Se doer é porque alguma coisa está errada. Normalmente a dor é causada por um exagero na aplicação de força no aparelho, o que causa uma lesão dos tecidos de suporte dos dentes, sendo a dor um sintoma dessa lesão. Na maioria das vezes essas dores são passageiras e os tecidos se recuperam com a remoção da força.

No entanto, devemos diferenciar dor de sensibilidade. A primeira não deve ocorrer, mas a segunda é normal durante o tratamento. Isso quer dizer que os dentes podem ficar doloridos, ou seja, não doem se você não mexer com eles. Se for morder algo duro, vai doer. Isso é relativamente comum em algumas fases do tratamento.

Porém a sensibilidade exagerada também não é normal. Em algumas fases do tratamento ela é esperada, mas não durante todo o processo. Assim, você fica ciente de que fazer tratamento ortodôntico não é uma tortura, mas que você vai ter que modificar um pouco a forma como se alimenta, para não ficar sofrendo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Qual o momento certo para a primeira visita ao ortodontista?

Muitos pais conseguem perceber más posições dentárias na boca dos filhos ao escovar os dentes da criança, mas têm dúvidas sobre o momento ideal de procurar o tratamento. Normalmente, o primeiro Cirurgião Dentista a ter contato com a criança é o Odontopediatra, que com certeza poderá ajuda-lo no diagnóstico, mas nada impede que se faça uma consulta com o Ortodontista.

Alguns tipos de más-oclusões devem ser tratados assim que detectados, ainda na fase da dentição de leite. A maioria das más-oclusões começa a ser notada no início da dentição mista, quando a criança acabou de trocar os quatro dentes da frente. Nessa época, são comuns as faltas de espaço, que devem ser tratadas logo. É uma idade em que a criança já aceita o tratamento e consegue cuidar relativamente bem dos aparelhos, o que é muito importante. Em outros casos, o crescimento pré puberal pode contribuir com o trabalho do Ortodontista e favorecer o alinhamento dos dentes, podendo-se até evitar extrações de dentes permanentes.

Se não foi possível o tratamento na infância ou na adolescência, o jovem e o adulto também podem ter seus problemas dentários resolvidos, talvez com maiores limitações pela falta do crescimento, hoje se conseguem excelentes resultados mesmo em idades mais avançadas, mas ninguém melhor que o Ortodontista para esclarecer suas dúvidas e indicar o momento ideal!

Abordando-se o problema no tempo certo, o índice de sucesso é excelente, o tratamento torna-se mais simples e evitam-se danos maiores.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Mãe, ganhei um saco de feijão!

O menino entra em casa, todo animado. Nas mãos, o tal saco de feijão, um saco de papel pardo, evidentemente cheio. A mãe, preocupada com o assédio que o filho possa ter sofrido na rua, vai investigar:
- Filho, que história é essa de ganhar feijão?
- É que eu estava voltando da escola e um moço me perguntou se eu queria uns feijões. Eu disse que sim e ele me deu esse saco aqui, ó – e mostrou o pacote.
É claro que, ao abrir o saco, a mãe e o menino encontraram feijões da pior qualidade possível, bichados, mofados, um horror. Então a mãe teve que jogar os feijões no lixo e explicar ao menino que ele não deve aceitar presentes de estranhos, nem deve conversar com estranhos na rua, porque isso é perigoso.
Assim também ocorre com um tratamento ortodôntico. Se você vai a um consultório, chega lá com seu filho e o dentista diz que vai fazer o aparelho de graça, alguma coisa está errada. Afinal, porque um profissional iria dar de graça um tratamento que outros cobram, para o seu filho? Será que ele achou o guri bonito? Será que ele é um santo? Ou será que ele mentiu?
Pois por pior que seja a qualidade do material que ele vai usar, este tem um custo. O dentista tem que comprar esse material, além de pagar as contas de água, luz, telefone, o salário da secretária, os impostos, taxas, etc. Como é que ele vai sobreviver se fizer tratamentos de graça?
Então a resposta mais provável para a nossa pergunta é que o dentista mentiu. Ele disse que ia fazer de graça mas vai cobrar de alguma forma. E você vai confiar o tratamento dentário do seu filho (ou o seu mesmo) a um profissional que começou mentindo pra você?

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Eu já...

Eu já cortei uma pessoa com uma lâmina e fiquei olhando o sangue pingar
Eu já toquei violão na TV (várias vezes)
Eu já toquei clarinete no palco, com um monte de gente olhando
Eu já li oração na igreja, lá na frente
Eu já fui católico e agnóstico, agora sou ateu
Eu já roí unha, depois parei sozinho
Eu já tive um blog com nome esquisito, agora tenho outro, mais esquisito ainda
Eu já bebi muito, hoje bebo mais ainda
Eu já namorei duas meninas ao mesmo tempo
Eu já tive muitos bichos, ainda tenho alguns, amei a todos
Eu já criei um sapo em casa
Eu já criei um rato em casa
Eu já comi carne de jacaré, capivara, escargot e rã
Eu já comi piranha (o peixe)
Eu já comi testículos de galo e de boi
Eu já cacei, pesquei e comi
Eu já plantei, colhi e comi
Eu já fui cabeludo (ah, que saudade...)
Eu já usei óculos de grau
Eu já viajei de mochila e violão
Eu já fiz tatuagem (duas, e quero mais)
Eu já fui farofeiro na praia
Eu já viajei de bicicleta
Eu já pilotei um avião
Eu já montei vários computadores
Eu já desmontei quase tudo em que coloquei as mãos
Eu já atirei com arma de fogo
Eu já dormi 24 horas seguidas
Eu já emagreci 20 Kg
Eu já engordei bem mais que 20 Kg
Eu já peguei uma tartaruga marinha recém-nascida na mão
Eu já tive um fusca 1964 (não, ele não era novo)
Eu já andei de charrete
Eu já fumei charuto (e me arrependo até hoje)
Eu já me cortei com a faca de churrasco. Feio (foi um acidente)
Eu já fui mordido por várias crianças
Eu já me perdi em São Paulo
Eu já fiz caipirinha de cenoura
Eu já caí de um cavalo
Eu já pintei o meu bigode
Eu já fiquei doente no dia do meu aniversário
Eu já quebrei 8 telhas com as minhas mãos, de uma só vez
Eu já pisei em um ouriço do mar
Eu já escrevi um livro, que não consegui editar
Eu já arrebentei uma porta
Eu nuca acreditei em Papai Noel.