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Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

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E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

sábado, 28 de outubro de 2006

Dia do Dentista

Dia de exaltação
dia de orgia
Luiz Tatit (Nosso dia D)

Dia 25/10, quarta-feira, foi o Dia do Cirurgião-Dentista. Aos leitores e amigos que se lembraram e mandaram emelho, meu muito obrigado.

De propósito, eu não escrevi nada. Ia ser covardia, ia parecer que eu estava mandigando uma congratulação desmerecida, mas alguns me mandaram uma mensagenzinha dizendo 'parabéns', e eu ganhei o dia.

Na quinta fui a Sampa. Fazia quase um ano que eu não ia lá, desde a minha defesa de tese de doutorado, que foi em novembro de 2005. Putz, a cidade está mais bonita, mais louca, mais complicada, mais gostosa. Eu adoro Sampa. Será que isso é sintoma de alguma desordem comportamental?

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Dentista do faraó

Eu é que não me sento no trono de um apartamento
Com a boca escancarada, cheia de dentes
Esperando a morte chegar
Raul Seixas (Ouro de tolo)

Notícia fresca: foram descobertas tumbas de dentistas no Egito. Dentistas do faraó. Pelo jeito, era gente importante, porque as tumbas eram ricamente adornadas e com locais para oferendas.

Se hoje tem dentista por aí cercando cliente em festa e colocando outdoor com propaganda, antigamente, pelo menos no Egito, eles eram importantes. A Odontologia sofre com seu passado europeu, tendo sido exercida pelos barbeiros e por todo tipo de picareta, até chegar a se tornar ciência. Nesse ponto o velho continente colaborou com o atraso, pois os árabes já dominavem técnicas cirúrgicas e conheciam medicamentos eficazes, mas eram desprezados por puro preconceito.

Agora prova-se que no Egito, cuja civilização antiga até hoje impressiona por seus feitos, a Odontologia era exercida por pessoas de grande prestígio social, ao ponto de merecerem tumbas elaboradas e próximas à do próprio rei. Leia o artigo inteiro, vale a pena.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Sobre rosas, formigas, tamanduás...

Sobre rosas, formigas, tamanduás...

Rubem Alves

O seu nome era Brasilino Jardim. Brasilino Jardim tinha jardim no nome e jardim no coração. Ele amava todas as coisas vivas, de plantas a urubus. A vida, para ele, era sagrada.

Brasilino Jardim não ia à igreja. As pessoas religiosas temiam por sua alma e se perguntavam: "Ele não sabe que é preciso ir à igreja para estar bem com Deus? Quem não está bem com Deus corre perigo! Deus castiga!"

Brasilino sorria um sorriso manso e perguntava: "Onde está dito, nas Sagradas Escrituras, que Deus fez uma igreja? Todo Poderoso, se quisesse igrejas teria feito igrejas. Todo Poderoso, ele fez o que queria. E o que é que ele fez? Plantou um jardim. E está dito que ele 'andava pelo jardim ao vento fresco da tarde!' Quando estou no jardim sei que estou andando no lugar que Deus ama. Deus ama a vida, o vento, o sol, a terra, a água — coisas que estão no jardim. Mas as igrejas são lugares fechados, abafados. Bichos e plantas não se sentem felizes lá dentro..."

Não freqüentava igrejas mas amava um santo: São Francisco. Porque São Francisco foi o homem que via Deus nas coisas da natureza. São Francisco amava tudo o que vivia e, segundo a lenda, as coisas que viviam o entendiam, tanto que ele pregava sermões aos peixes e aos pássaros. Freqüentemente os animais ouvem melhor que os seres humanos...

Foi então que o Brasilino Jardim resolveu plantar um jardim em homenagem a São Francisco. Teria de ser um lindo jardim, com um canteiro de rosas no meio. E assim foi. Vendo as folhas viçosas das roseiras, a primeira rosa que se abrira e os botões que se abririam no dia seguinte, Brasilino foi dormir contente.

Ao acordar pensou logo no jardim. Queria ver se os botões já estavam abertos. Mas, decepção! O que ele encontrou foi devastação. Durante a noite as formigas saúvas haviam cortado todas as folhas e todas as flores das roseiras. Brasilino ficou muito triste. Resolveu aconselhar-se com um vizinho que tinha um lindo canteiro de rosas floridas.

"O jeito é matar as formigas", disse o vizinho. "Formigas e jardins não combinam. Para as formigas jardins são hortas, coisas para serem comidas."

"Matar as formigas? De jeito nenhum. São criaturas de Deus, como todos nós. Se foi Deus quem as fez, elas têm o direito de viver. Formigas têm direitos..." E com essas palavras deixou o vizinho falando sozinho. "Onde já se viu matar as formigas? São criaturas de Deus. Tem de haver outro jeito..."Pensou: "Se as formigas comeram as roseiras, comeram porque estavam com fome. Não foi por maldade. Se eu der comida às formigas elas deixarão de ter fome e não comerão as rosas".

Dito isso plantou, à volta do jardim de rosas, um anel de cenouras tenras e doces que seriam o deleite alimentar das formigas. Mas as formigas ignoraram as cenouras. Continuaram a comer as roseiras.

"Talvez elas não tenham entendido", ele pensou. "Não perceberam nem que as cenouras são deliciosas e nem que são para elas. Ainda não foram educadas. Se forem educadas para gostos mais refinados não comerão as rosas. Serei um educador de formigas."

E como sabia que a noite é o tempo preferido pelas formigas para cortar roseiras, Brasilino passou a dar aulas às formigas durante a noite, peripatéticamente, no seu jardim. Queria que as formigas aprendessem a gostar gastronomicamente de cenouras e plasticamente de rosas.

O vizinho ficou incomodado com aquele falatório noturno. Foi ver do que se tratava. E se espantou. "Brasilino, você endoidou? Pregando às formigas?" Brasilino respondeu: "São Francisco pregou aos pássaros e aos peixes. E eles entenderam. Pois eu vou pregar às formigas e elas haverão de entender." Mas as formigas não ligavam para a aula do Brasilino. Não aprenderam a lição nova. Formiga continua a ser formiga. Continuaram a cortar as roseiras.

Diante do fracasso da pedagogia, Brasilino se lembrou de um recurso inventado pelos humanos chamado "condomínio". O que é um condomínio? São casas cercadas de muros de todos os lados, com o objetivo de impedir a entrada dos criminosos, que ficam do lado de fora. "Farei o mesmo com as minhas roseiras", ele disse triunfante. Ato contínuo tomou garrafas de coca litro, cortou bicos e fundos, fez um corte vertical ao lado e usou esses cilindros ocos como cintas protetoras para os caules das roseiras. "Agora minhas roseiras estão protegidas! As formigas não entrarão!" Pobre Brasilino! Ele não conhecia a esperteza das formigas. Elas sabem fazer túneis, escalar muralhas, passar por frestas, fazer pontes. E quando ele foi ao jardim, pela manhã, viu que as formigas haviam devorado de novo suas roseiras.

Lembrou-se então Brasilino de uma velha estória que relata o feito de um flautista que livrou uma cidade de uma praga de ratos que a infestava. O que foi que o flautista fez? Simplesmente tocou sua flauta! "Ah! A música tem poderes mágicos! Claro, as formigas não entendem a linguagem pedagógica dos argumentos. Haverão de ser sensíveis à magia da música." Comprou uma flauta e pôs-se a tocar o Bolero de Ravel. As formigas reagiram imediatamente. Sentiram o poder da música. Até os bichos têm música na alma. Começaram a mastigar folhas e rosas ao ritmo da música encantadora.

Com o fracasso da música, veio-lhe, então, uma nova idéia: "Se as formigas não podem ser nem conscientizadas pela palavra e nem sensibilizadas pela música, as rosas podem ser. Assim, vou despertar nas minhas rosas o sentimento da não-violência, da beleza da paz. O pensamento tem poder. Se todas as rosas fizerem juntas uma corrente de pensamentos de paz a energia positiva no ar será tão forte que as formigas se converterão..."

Espalhou, pelo jardim, imagens coloridas de paz. Flores sorridentes. Pôs CDs com música sobre rosas, Strauss, Vandré e Caymmi. Tudo, no espaço do jardim, sugeria paz e não violência. Quem visitasse o seu jardim sentia a energia positiva no ar. Mas parece que as formigas não eram sensíveis à energia positiva de paz. Continuaram a cortar as rosas.

Aí ele começou a ter raiva das rosas. "Não compreendo a passividade das rosas! Elas não se defendem! Tinham de se defender! Pois Deus não dotou as criaturas com o direito de defender a sua vida?"Cobriu então os galhos das roseiras com espinhos pontudos e afiados, facas e espadas que as rosas deveriam usar para se defender das formigas. Mas as rosas não sabiam se defender. Não sabiam usar armas. Eram mansas e desajeitadas por natureza. As formigas continuaram a subir pelos seus galhos sem ligar para os espinhos.

No desespero, Brasilino resolveu tomar uma atitude mais radical, que mesmo contrariava seu sentimento de reverência pela vida: foi para o jardim munido de um martelo e pôs-se a martelar as formigas que se aproximavam das suas roseiras. Mas o número das formigas era imenso. Não paravam de chegar. Matou muitas formigas a marteladas, o que não as perturbou. E havia também o fato de que Brasilino não podia ficar martelando formigas o tempo todo. Precisava dormir. Dormindo, o martelo descansava. E as formigas trabalhavam.

"Já sei!", ele disse. "Apelarei para o Papa. O Papa tem reza forte. Pedirei que ele ore para que as formigas parem de comer minhas rosas" . Escreveu então uma carta para o Papa, expondo o seu sofrimento, e pedindo que ele intercedesse junto aos santos, junto à virgem, junto a Deus... Afinal de contas, as hostes celestiais deviam ter um interesse especial na preservação do jardim, aperitivo do Paraíso.

As autoridades eclesiásticas, de posse da carta de Brasilino, deram a ela a maior consideração, e a colocaram na lista da orações pela paz que o Papa rezava diariamente: paz entre judeus e palestinos, paz entre russos e chechênios, paz entre protestantes e católicos, paz na Espanha, paz na Colômbia, paz no Peru, paz na África... Era uma lista enorme. O Papa orou mas nada mudou. Os homens continuaram a se matar e as formigas continuaram a cortar suas roseiras.

De repente ele ouviu uma voz que o chamava. Era a voz do seu vizinho, que contemplava tudo em silêncio. "Eu tenho uma solução para o seu problema com as formigas, sem que você tenha de matar as formigas."Brasilino se espantou: "Como?"O vizinho explicou: "Você acha que as formigas são criaturas de Deus. Sendo criaturas de Deus têm direito a viver. Você está em boa companhia espiritual. Homens como São Francisco, Gandhi e Schweitzer também sentiam reverência pela vida." Brasilino ficou feliz ao se ver colocado ao lado desses santos.Seu vizinho continuou: "Mas isso que você diz para as formigas deve valer para todas as criaturas. Certo?" "Certo", concordou Brasilino."Então, por que você não traz um tamanduá para morar no seu jardim? Tamanduás também são criaturas de Deus. E adoram comer formigas! Para isso têm uma língua fina e comprida, que entra até o fundo dos formigueiros! Para o tamanduá, comer formiga não é pecado; é virtude!"

E foi assim que o Brasilino, sem desrespeitar suas convicções espirituais, trouxe um tamanduá para viver no seu jardim.

E o tamanduá engordou, as formigas sumiram, o jardim floresceu e o Brasilino sorriu...

Moral da estória: Quem quiser se livrar das formigas e manter uma consciência tranqüila, que compre um tamanduá...

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Sobre a informática e as frieiras

Agora ele procura um outro meio
Agora em vez de lindo ele acha feio
Agora ele já está de saco cheio
Luiz Tatit (O menino)

Eu sou Cirurgião Dentista, mestre em Ortodontia e Doutor em Materiais Dentários. Eu consigo falar uma tarde inteira sobre biomecânica, sem chatear (muito) a audiência. Minha tese de doutorado foi sobre propriedades dos fios ortodônticos. Eu consigo falar um dia inteiro sobre as propriedades dos fios (chateando bastante a audiência, que esse tema é muito teórico), estrutura molecular cristalina, transformações alotrópicas, trabalho mecânico a frio, encruamento, tipos de ligas, materiais alternativos. Eu estudei essas coisas feito louco para fazer a minha tese.

Ontem veio um coordenador de um curso de pós-graduação em ortodontia me pedir aula de informática. Pô, eu não trabalho com informática! Pra mim, informática é hobbie. Eu monto meus próprios computadores, montei minha rede, configurei tudo, me viro direitinho com os programas que eu preciso usar no meu dia-a-dia, mas não sou técnico em informática. Eu sou ortodontista, com mestrado e doutorado. Se o cara precisasse de alguém pra falar de frieira na unha do pé, ele não iria convidar um doutor em oncologia. Ele ia convidar um podólogo.

Pois eu estou de saco cheio de me convidarem pra dar aula de informática. O dinheiro é até bom, mas eu acho isso um desaforo!

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Leishmaniose

Não há vacina, nem vitamina
Pega só de olhar
Rita Lee (A gripe do amor)

Mato Grosso do Sul é área endêmica para a Leishmaniose visceral, doença grave transmitida por uma porcaria de um mosquito e que infecta, também, os cães. O detalhe é que um cão infectado não tem cura, tem que ser sacrificado, tadinho. Como eu tenho uma renca de cachorrada aqui em casa, resolvi vacinar as três, pois não quero arriscar. Nada seria pior para mim do que ter que sacrificar uma das cadelinhas.

A vacina, dizem, é eficaz, mas o bicho sofre um bocado. O local da aplicação fica extremamente dolorido, dá febre, uma judiação. Pois as reações foram bem diferentes:
  • Fly, a pinscher marrom, é a menor das três. E também a mais agressiva, já mordeu muita gente. Um bicho que quase nada consegue derrubar, resistente, atlética (consegue pular umas três vezes a própria altura). Pois foi a que mais sentiu, ficou de cama, sem andar, sem comer, com febre alta... demos dipirona pra ela, e foi o que a fez melhorar.
  • Sissy, a pinscher preta, sentiu um pouco menos. Ela já é uma senhora, com seus 6 anos de idade, está bem gordinha, não pula mais e é muito paciente, inclusive na hora de comer (ela já sabe, por experiência - coisas da idade - que não vai faltar). Também teve dificudade de andar, tomou dipirona e melhorou.
  • Pinky é o bebê da casa. Poodle branca que, não raro, dorme na cama com a gente. Um bicho frágil e delicado. Pois essa nem sentiu nada, eu até liguei na clínica para confirmar que ela tinha sido mesmo vacinada. Continuou com sua vidinha inútil, como se nada tivesse acontecido.

Mas mesmo com o transitório desconforto delas, vou aplicar as outras duas doses da vacina, pois a alternativa é bem pior. Mas, da próxima vez, vou dar dipirona antes de sair de casa. Analgesia preventiva!

sábado, 14 de outubro de 2006

O culpado é o mordomo

E podem mesmo falar mal
Ficar de mal que não faz mal
Carlos Lyra/Vinícius (Você e eu)

Um dos blogs que eu gosto de ler é o "Fogo nas entranhas", e está devidamente listado aí à direita, para quem quiser visitar. Gosto do jeito da moça escrever, inteligente, informal, bom português. Passei uns dias sem ler e, hoje, vi um post dela que me chamou tanto a atenção que resolvi, sem permissão, reproduzir parcialmente. Quem quiser ler tudo, o título é "O dicionário maldito". Abaixo, uma breve explicação e o trecho que eu achei interessante:

"Ambrose Gwinett Bierce ou só Ambrose Bierce (1842-1914), para os íntimos, foi um homem notável: Jornalista, escritor (principalmente de contos de terror) crítico, dramaturgo, poeta e veterano condecorado da Guerra Civil Americana (o que, a meu ver, não o torna notável de modo algum, enfim) era, o que chamamos, alguém “da pá virada” (velha essa, hein?) Uma mistura de Poe, Samuel Johnson, Swift e Wilde americano. ...

... Isso aí em cima foi só uma introdução para dizer que, entre as obras que o tornaram famoso, Bierce foi o criador do Dicionário do Diabo (caraca, eu tô falando demais do capiroto ultimamente, vai dizer? Ui! Vade Retro!) - um apanhado de citações cáusticas e mordazes, algumas simples, mas por isso, perfeitas. Outras são sem graça e outras bem interessantes. Pra você, que como eu, adora um bom sarcasmo e grandes citações. Voilá."


E lá, entre as 'citações cáusticas' do rapaz, não podia faltar uma sobre o monstro, o torturador implacável, o mau-caráter de plantão:

"Dentista - Um mágico que coloca metal em
sua boca e extrai moedas de seu bolso"


Lendo nas entrelinhas: o responsável por você estar mais pobre é ele. Mas, peraí: quando você entrou no consultório, estava amarrado, sendo arrastado contra a sua vontade? Você foi obrigado a ir até lá? Arrancaram seu dinheiro, descontaram direto do seu salário? Ameaçaram de precesso judicial, prisão, tortura e execração pública? Não?!?

Ora, então não reclame e vá curtir sua dor de dente em casa. Não me encha o saco!

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Pior que dentista

Era uma vez na amazônia, a mais bonita floresta
Mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
Geraldo Azevedo (Saga da Amazônia)

Eu fiquei sinceramene chocado com o acidente do avião da Gol no Mato Grosso. Tantas vidas perdidas de forma tão besta... mas também porque eu sei o quanto é seguro voar em um desses aviões, porque eu adoro voar, porque eu morro de medo de viajar de carro. Não que eu não goste: eu até que dirijo bem na estrada, já rodei alguns milhares que quilômetros pelas rodovias do país, mas eu sei que é muito, mas muito perigoso mesmo. Caminhoneiros bêbados, motoristas inexperientes, imprudentes, estradas ruins, enfim, tudo conspira contra a nossa vida em uma estrada. No céu não: é raríssimo uma morte em avião grande. No entanto...

O pior não é nem isso: enquanto os americanos tratam de colocar a culpa (que é, claramente, deles) em algum pobre brasileiro - seja ele controlador de vôo, empregado da Embraer ou algum morto no acidente, como piloto, co-piloto, comissário, aeromoça, qualquer um - advogados canalhas assediam as famílias dos mortos de forma acintosa, desrespeitosa, bandida mesmo!

Pelo menos um consolo eu tenho: parece que o exercício da advocacia por aqui está pior do que a odontologia. Os advogados estão mais desesperados do que os dentistas, hehehehe. Parece até piada: quem é o profissional que estuda anos e anos para depois se prestar ao papelão de sair feito louco atrás de clientes, apelando para os mais baixos expedientes a fim de roubar um cliente de um colega? Responda rápido! Até porque, se não for bem rápido, é capaz de aparecer um advogado querendo ajudar!