Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

Use antes de agitar: leia as normas do blog e lembre-se: comentários são moderados. Anônimos não serão publicados.

E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

domingo, 21 de dezembro de 2008

Balanço do ano

Eu sou louco mas sou feliz
Muito mais louco é quem me diz
Eu sou dono do meu nariz
Raul Seixas (Quando acabar o maluco sou eu)

Fazia tempo que eu não tinha nada de interessante pra contar no final do ano, mas 2008 foi um arraso na minha vida! Aconteceram coisas impressionantes, até pra mim, que sou meio biruta e vivo fazendo doideiras. As deste ano foram além do que eu costumo, veja só:

  • Larguei dois empregos em cursos de pós-graduação que me rendiam 1500 contos por mês cada, sendo que eu trabalhava um final de semana em cada um (também por mês, era uma boa paga pra pouco trabalho)
  • Larguei um emprego em uma universidade particular
  • Vendi meu carro, fiquei usando o carro da respectiva
  • Deixei a casa que eu construí, com a minha churrasqueira (que saudades dela...), a casa que representava minha vitória como profissional e pai de família
  • Fechei meu consultório e transferi TODOS os meus clientes para colegas
  • Mudei para uma cidade que fica a 3.500 Km de onde eu morava
  • Passei a viver em apartamento alugado, na beira da praia
  • Me tornei professor de uma universidade federal e de uma particular, tudo via concurso público
  • Não li nada que não fosse de Odontologia, mas posso contabilizar em minhas leituras o Carranza inteiro (periodontia), o Malamed (anestesiologia) quase inteiro, Miyashita/Fonseca, Conceição e Baratieri (os 3 de dentística), Bianchini de implantodontia e partes de muitos outros de cirurgia, radiologia, farmacologia e terapêutica, prótese, etc, etc.
  • Deixei de trabalhar exclusivamente com ortodontia e me tornei um clínico geral até razoável
  • Fiz uma tatoo nova (depois coloco fotos)
  • Ganhei uma bicicleta de presente de natal adiantado
  • Entrei numa academia e descobri que eu consigo correr em esteira!
  • Voltei a blogar (andava muito disperso)
  • Me tornei um cozinheiro melhor, já sei fazer chipa, sopa paraguaia, massa de pizza, arroz carreteiro e omelete de queijo
  • Passei a comer camarão ou lagosta pelo menos uma vez por semana, coisas que eu adoro mas que são impossíveis lá no MS e aqui têm preço razoável
  • Vou à praia pelo menos uma vez por semana, até corro na praia, veja só!
  • Adotei (e fui adotado) por uma família inteira!
Ainda faltam algumas coisas. Eu ainda não mergulhei aqui, preciso fazer isso. Também quero comprar um carro pra mim, no próximo ano. Promessas de ano-novo, todo mundo faz.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Exame Clínico

Maria sente quando estou contente
Eu arreganho os dentes
Alceu Valença (Maria sente)


- Abre a boquiiiiiiinha...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Google Chrome

E é rápido demais
Meu cérebro inútil
Mais louco do que a média
Geraldo Roca* (Mais louco do que a média)

Já tinha ouvido falar (na verdade eu já tinha lido na net) sobre o novo navagador Google Chrome, a estrelinha da estação. Como eu detesto o IE - pesadão, lento, cheio de furos, inseguro, ruim mesmo - eu resolvi testar o bicho. Fui e baixei, para ver como funciona. Grata surpresa: carrega as páginas muuuuito mais rápido do que o meu querido Firefox, ocupa pouquíssima memória e tem uns recursos excelentes, como a "nova guia", que traz, de cara, miniatura das últimas páginas consultadas que estavam nos seus favoritos, para você escolher.

Infelizmente eu ainda não posso me livrar do IE. Só ele acessa o site do banco, nem mesmo o Firefox consegue essa proeza. Eu sei que isso é por causa do site, e não do navegador, afinal de contas os programadores do site só pensaram no IE na hora de implementar o sistema de segurança. Então eu sou obrigado a ter o maldito no meu desktop, mas só uso pro banco mesmo. E tome proteção, composta de antivírus, SpyBot, varreduras e vigilância constantes. Tudo sempre bem atualizado.

Meu sonho? Linux, navegador levíssimo (sem Java, pelamordedeus) e monitor grande.

* Crédito da música corrigido, dica preciosa do Fábio Melges

sábado, 13 de dezembro de 2008

Menos imposto, êba!

Já gozei de boa vida, tinha até meu bangalô
Cobertor, comida, roupa lavada 
Vida veio e me levou
Chico Buarque (
O velho Francisco)

Pois é, agora o governo resolve inventar uma fórmula, complicada e cheia de esquinas, para diminuir um pouquinho o expurgo do rendimento da turma que sustenta o país.  E ainda tem uns idiotas que criticam a medida!

Quem criticou, no caso, foi o excelentíssimo senhor Everardo Maciel.  Lembram-se dele?  Pois foi o secretário de fazenda que aumentou brutalmente a carga tributária por aqui, durante os mantatos FHC.  Será que o cara tem autoridade moral pra falar mal de uma redução  no imposto?  Será que ele paga imposto?  Eu sugiro que a Receita Federal dê uma incerta nas contas do moço, acho que vai sair coelho dessa toca.

Eu continuo advogando a sonegação pura e simples.  Pra mim, isso não é crime, é legítima defesa. Pena que eu sou assalariado agora, não dá pra sonegar, mas se eu voltar à clínica, é claro que eu vou esconder tudo o que puder, porque o assalto é grande.  E o senhor Everardo que se dane, eu quero que ele vá dar as opiniões dele ao diabo!

sábado, 29 de novembro de 2008

O que está havendo com o mundo?

Forças do bem e da maldade
Vodoo, calamidade, juízo final
Então és tu?
Eduardo Dusek (Nostradamus)


Leio, bestificado, notícias sobre pais que abusam sexualmente da própria filha de 7 anos de idade e de um militar preso por pedofilia no Rio de Janeiro. Tudo isso embalado pela nova lei que pune com mais rigor o crime no Brasil.

Mas, que diabos está havendo com o mundo? Enlouqueceu?!? Será que as pessoas não têm um mínimo de decência e bom-senso; será que essas leis não são a prova de que a nossa sociedade chegou a um ponto insuportável de decadência ética, moral, física? Estou preocupado, muito preocupado com o mundo que vamos deixar para os nossos filhos. Um mundo em que aqueles que insistem em cumprir leis e regras são vistos como otários, idiotas que não sabem tirar proveito das situações. Em que os bandidos prosperam, em que os malandros são os bons, admirados e imitados. Um mundo em que a ética e a honestidade são vistas como fraquezas.

Eu não gosto de um mundo assim. Eu quero um mundo justo e tranquilo, um mundo em que as pessoas respeitem umas às outras, respeitem a terra em que vivem, a natureza e seus semelhantes. E eu trabalho para tornar isso realidade. Trabalho como professor. Eu sinto que tenho uma responsabilidade enorme com os meus alunos, eu tento incutir ética e responsabilidade naquelas cabecinhas enquanto posso. Aqui no nordeste as pessoas dizem: "você 'ensina' na universidade". Eu digo que eu não ensino nada, que eu apenas tento fazer com que os alunos pensem um pouco. Minha frase preferida: "Não acredite em mim. Vá ler, pesquisar, tirar suas próprias conclusões". Digo isso quase todo dia a alguém.

Espero que as conclusões que eles tirem sejam voltadas para o bem da humanidade e não só o deles.

Atualização:

Leio hoje, na Revista Isto É, comentário da Rainha Silvia, da Suécia, nascida no Brasil:

“Há 15 anos eu venho avisando sobre o perigo da internet, mas ninguém me ouve. É um instrumento fantástico, mas que infelizmente pode ser usado para a pedofilia, sobretudo agora que está em países de Terceiro Mundo”

Mr. Teeth diz: Nah, tia, né isso não! Pedofilia sempre existiu, tanto em países do primeiro como do terceiro, quarto, quinto e até do último mundo. Não é privilégio nosso, não. E também não é por causa da internet. Antes, as criancinhas eram molestadas e ninguém ficava sabendo. Hoje tem internet pros idiotas fazerem propaganda dos 'feitos', e assim a polícia pode prendê-los (se quiser). Vai estudar história, ética e pára de dizer que o terceiro mundo é lixo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Porque eu ajudo

Dinheiro não lhe emprestei, favores nunca lhe fiz
Não alimentei o seu gênio ruim
Chico (Injuriado)

Aqui no meu blog tem uma frase dizendo "aproveite que eu sou professor...". Eu escrevi isso para poder ajudar alguém que, eventualmente, precise de alguma informação no campo da Odontologia e, principalmente, da Ortodontia. Quando posso, eu respondo aos e-mails que as pessoas me mandam.

Originalmente eu achava que algum aluno de graduação ou especialização fosse mandar alguma pergunta técnica, mas o que eu recebo são consultas de leigos, querendo resolver algum problema. Nunca deixei de ajudar. Outro dia uma pessoa escreveu reclamando que fez implantes e não gostou do resultado. Eu respondi que, provavelmente, o problema não eram os implantes, mas sim as próteses sobre eles, entre outras informações que achei importantes. Vejam o que ela escreveu, depois disso:

Não sei como agradecer sua atenção para essa minha dúvida. As suas indicações foram perfeitas e precisas. Tirou todas minhas dúvidas. Procurei outro profissional, mas meu implantodontista se prontificou a refazer o trabalho. Sem suas informações o esforço teria sido dobrado e mais difícil. Quero agradecer a ajuda pela segunda vez e cumprimentá-lo pela sua larga experiência profissional.
Sempre visito seu site, adoro seu jeito brincalhão, bem humorado, tem dias que passou mais de hora lendo. Deve ser maravilhoso ser sua amiga.
Por isso eu nunca deixo de ajudar quem precisa e me procura. Nunca cobrei nada por isso também, até porque não teria como. Nem tenho interesse algum na coisa, eu escrevo aqui (e nas respostas que envio) através do meu 'alter ego', não coloco meu nome, nem qualquer dica de quem eu sou, então essas pessoas não podem se tornar eventuais pacientes da minha clínica particular. Eu nem tenho clínica particular.

Ajudo, sim, pelo prazer de receber mensagens assim. Eu acabo até pensando que sou mesmo uma pessoa legal, hehehehe. Mas tenho mesmo a certeza de que fiz algo por um semelhante, que a minha atitude ajudou alguém, que essa pessoa terá, no futuro, um juízo melhor do profissional da Odontologia.

E pela massagem no ego, é claro!

sábado, 1 de novembro de 2008

Preservado

Bico calado, muito cuidado
Que o homem vem aí
Chico Buarque (Passaredo)

Acabo de saber que foi vetado o plantio de cana no Pantanal. É uma vitória da preservação desse bioma tão frágil e já tão degradado. Uma pena que esteja assim, muitos de nós não terão a oportunidade de conhecer o Pantanal, daqui a pouco tempo ele será uma sombra do que foi. Eu, morando no nordeste, pude constatar que as pessoas mal sabem onde fica. Não sabem, por exemplo, que o Pantanal "do Mato Grosso" fica no Mato Grosso do Sul.

Então a notícia me alegra. Monoculturas são extremamente prejudiciais a ambientes frágeis, já temos vários exemplos de lavouras prejudicando rios em nosso estado, exemplo do Rio Taquari que, antes cheio de peixes e cachoeiras, virou quase um lago, tamanho o assoreamento causado pelas plantações de soja no seu entorno.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Que pena...

No dia em que a Terra parou
Eu não sonhei, acordei
Raul (O dia em que a terra parou)

Parece que a incrível, maravilhosa, turbinada e vitaminada queima de fogos do ano novo no Rio de Janeiro não vai ser tão tão quanto se esperava. Perdeu patrocínio.

Agora, eu me pergunto: como é que eu vou poder viver sabendo que a tal queima não queimou tanto assim? O que vai ser da humanidade depois dessa notícia? Quem vai cuidar das nossas crianças? Será que esse povo não pensa em trabalhar e produzir alguma coisa decente nesse país?!?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Que chato...

Já não aguento mais essa
Situação, eu não
Pois é um fala que fala
E a gente tá sempre quase sem razão
Benito de Paula (Chapéu de palha)

Eu já não aguento mais ouvir falar de:

- Eleições
- Sequestro em Santo André
- Crise mundial
- Políticos ficha-suja
- Marcos Valério
- Horário de verão
- Internet a cabo

Bom, como tudo tem começo, meio e fim, as eleições estão quase acabando (por enquanto, daqui a pouco tem mais, mas até lá eu já tomei muita cerveja), o sequestro terminou (até o dia em que acertarem as contas com o talzinho...) e os outros temas também estão ficando velhos na imprensa.

Interessante como os programas na TV conseguem repisar um tema até encher a paciência dos pobres viventes que estão na frente do aparelho. Não há um mínimo de bom senso, é uma 'over dose' de um assunto, parece que não acontece mais nada no mundo além daquilo que está na moda. E, quando acaba, vem a ressaca, os apresentadores ficam até com olheiras.

Eu prefiro voltar a falar de Odontologia, vamos ver se eu consigo.

Em tempo: sobre o sequestro, acabo de ler no blog da Maristela um texto que eu queria escrever mas não tive estômago.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Titenês

Por que que eu faço essas perguntas sem ninguém prá responder?
Raul (Porque)

Ótima notícia, no Jornal do Site Odonto: Mais apoio ao PL do CD na UTI. Legal, você também gostou? Pois é, eu só queria saber que língua é essa, na qual eles escreveram a manchete. Parece uma, que eu apelidei, tempos atrás, de "titenês". Titenês é a língua falada pelos profissionais de "TI", ou, para os ignorantes (como eu), Tecnologia de Informação. Veja só como são as manchetes de sites especializados:
  • Experiência em configuração e troubleshooting de AIM, FXS, FXO, E1 Controllers, POTS, VoIP e ISDN PRI/BRI alavanca carreira
  • BGAN no Brasil vai depender de RH em VCP
  • ERP via PLC aumenta produtividade
Aí, entendeu? Pois eu me senti assim, lendo a notícia do JSO (Eita, essa foi boa!). Que raio é PL? Partido Liberal??? E as outras letras são bem conhecidas, mas com um início desses, fica difícil não se achar um analfabeto funcional. Porque será que o autor não escreveu, com todas as letras, a chamada da notícia? Afinal, estamos na internet, não pagamos pelo papel.

Vai entender...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ortodontia no SUS

E por sonhar o impossível, ai
Sonhei que tu me querias
Chico Buarque (Outros sonhos)

Leio hoje que a Sociedade (sic) Paulista de Ortodontia pretende reivindicar a inclusão da Ortodontia no SUS e, para isso, vai realizar um simpósio durante o 16º Congresso Brasileiro de Ortodontia, em São Paulo. Este ano vai ser difícil ir ao congresso, mas eu vou tentar, porque isso é uma tradição de muitos anos, eu nunca perco esse congresso. Mas esse simpósio eu achei meio estranho...

Por experiência clínica, eu sei que o paciente ortodôntico é difícil. Pagando as mensalidades do tratamento ele já falta, esquece das consultas, colabora pouco. É raro um paciente que realmente leva a sério o tratamento, principalmente depois do primeiro semestre. No começo tudo vai bem, mas depois o paciente relaxa e deixa de colaborar. Os que melhor colaboram são adultos, que pagam o próprio tratamento e sabem o quanto dói tirar dinheiro do bolso. Também têm consciência de que o tratamento é necessário e que trará benefícios. Crianças e adolescentes não vêem por esse ângulo, acham, normalmente, que fazer o tratamento é um favor para os pais ou para o Ortodontista.

Sendo assim, como é que um profissional do SUS vai convencer um moleque a ir ao posto fazer a manutenção?!?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Trabalho novo

A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar
Raul Seixas (Como vovó já dizia)

A Universidade Federal, por conta de greves de professores e funcionários, ficou com o calendário defasado, então as férias dos alunos ficaram muito confusas, em épocas meio diferentes das férias dos mortais comuns. Eu assumi meu posto de professor justo quando um semestre letivo tinha terminado, o outro ainda não começou. A equipe, nesse disciplina, é grande, já tem tudo esquematizado, tudo pronto. Não há aulas teóricas.

Então, eu assumi e não há o que fazer. Eu não estou em férias, realmente, mas os alunos estão, então os professores também aproveitam esse recesso. Eu, principalmente, que acabei de assumir o cargo, ainda não tenho orientados, projetos em andamento, nada disso. Então eu vou à praia. E eu tenho certeza de que, quando começarem as aulas, vai ser um ralo total. Já estou me preparando.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A que ponto chegamos?

A gente não está com a bunda exposta na janela
Pra passar a mão nela
Gonzaguinha (É)


Preconceito com dentista já está chegando a um ponto insuportável. Eu acho que já disse em algum lugar por aqui que eu sou Cirurgião-Dentista e não dentista, mas lutar contra um termo entranhado nas cabeças das pessoas é duro... pior ainda quando uns imbecis, com a desculpinha esfarrapada de fazer graça, denigrem a profissão dos que estão lá pra ajudar, vejam só:



Será que o idiota que inventou isso não pensou que, em algum momento da vida dele, ele pode estar com a boca aberta e uma turbina de alta rotação lá dentro? Ou um bisturi? E se o "Dr. Çorriso", o dentista dele, viu essa gracinha?

Bom, eu vou parar de conjecturar e dar o troco, na medida do possível, porque eu não sou 'humorista' (bela profissão, né, cara?) e não tenho o 'talento' que essa anta tem pra esculhambar os outros, mas vou tentar. Achei uma candidata pro rapaz votar, vejam:


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fazer direito 2 - o retorno

Começaria tudo outra vez, se preciso fosse meu amor
A chama no meu peito ainda queima, saiba, nada foi em vão
Gonzaguinha (Começaria tudo outra vez)

Comentário de outro "anônomo" no post Fazer direito... ou ficar rico?

"Leciona mesmo ou escreve isso pra tentar ter credibilidade com seus comentarios? Tá descontente com a profissão?"

Bom, eu gosto muito de discutir minhas idéias e peço, pelamordedeus, que coloquem o endereço de e-mail quando fizerem comentários, porque uma discussão educada é muito saudável, mesmo que (ou principalmente quando) contrarie as minhas crenças. O colega aqui não colocou, então vou ter que discutir aqui mesmo:

Em primeiro lugar: eu leciono sim. Ainda não cheguei ao ponto de ter que mentir para defender meus pontos de vista, eu sou professor em duas universidades, uma particular e outra federal. Eu não preciso de credibilidade, eu escrevo simplesmente porque eu gosto de escrever. Lê quem quer. Ninguém é obrigado a ler ou concordar comigo, então, se você quer discutir um ponto de vista meu, fique à vontade, escreva mesmo, mas seja educado e deixe seu endereço, para podermos conversar, Ok?

Segundo: eu não estou descontente com a profissão. Já escrevi aqui que posso dar essa impressão às vezes, porque sou meio ranzinza, reclamo de tudo, mas eu amo a minha profissão, sou Cirurgião Dentista e Ortodontista até a morte, não consigo me imaginar sem a clínica e a universidade. Eu fico triste, às vezes, com os rumos que a profissão está tomando, mas faço de tudo ao meu alcance para melhorar. Para incutir preceitos de ética e moralidade na cabeça dos meus alunos, sem doutrinação, mais pelo exemplo. Eu jogo minha gota d'água na floresta em chamas, pode me chamar de Dom Quixote, isso pra mim é elogio.

Então, colega, amigo: escreva pra mim, coloque seu e-mail e exponha seu ponto de vista.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Uma breve reflexão sobre as eleições que se aproximam

Agora sei
Desfilei sob aplausos da ilusão
Jorge Aragão (Enredo do meu samba)

Com a proximidade das eleições para prefeitos e vereadores, me sinto na obrigação de pensar um pouco mais sobre o assunto. Agora eu moro no nordeste, aqui as pessoas são um pouco mais politizadas do que lá no centro-oeste, mas nem por isso menos desinformadas, senão vejamos:

Aqui tem um candidato que eu ainda não gravei o nome, mas já conseguiu me irritar, com um caminhão tocando, a todo volume, uma marchinha, animadíssima, que diz:

Eu voto, você vota
Sei que todo mundo vota
"... (o nome do cara, que eu não me lembro) ..." pra vereador.

Sabe, daquelas músicas irritantes, que grudam na cabeça da gente, e ainda é cantada por um fulano com voz fina e se torna ainda mais irritante por isso. Mas essa música me chamou a atenção, veja porque:

Primeiro, eu sou OBRIGADO a votar. Me sinto um bosta, porque não me rebelo realmente contra isso, fico só reclamando aqui neste blog obscuro e, no dia fatal, vou ao sacrifício, candidamente, como uma ovelha conformada. Reclamo, mas não faço nada a respeito. Não deixo de votar porque, afinal de contas, sou funcionário público, periga de não receber meu salário, de me cobrarem multa, de me esfolarem vivo e pendurarem meus genitais em praça pública.

Eu? Bosta!

Além disso, nós, eleitores compulsórios, não sabemos em quem votamos. Eu não sei, você também não sabe. Quando o Pelé falou que brasileiro não sabe votar, descascaram ele, mas é a mais pura verdade. Você acha que está votando em um camarada, mas na verdade, votou em um partido. Tem muito eleito por aí que nunca teve voto suficiente nem pra síndico de prédio de três andares. Mas está lá, decidindo sobre a nossa vida e ganhando dinheiro pra isso. O nosso dinheiro. Você nem faz idéia de quem você está elegendo quando aperta aqueles botões.

Você? Bosta!

E os senhores candidatos sabem muito bem disso, e se aproveitam disso. Quem votou no Enéas (impressionante que teve gente que fez essa sandice), elegeu a Havanir, que deu bafão no congresso. Quase ninguém votou na Havanir, mas ela foi eleita, porque ninguém sabia direito o que estava fazendo ao votar no Enéas. Cá pra nós, acho que seria melhor terem votado nela, logo de uma vez.

"Sei que todo mundo é bosta"

Então, o resumo da ópera é que nós vamos, de novo, votar em quem vimos e eleger quem não vimos. E a musiquinha poderia ficar assim:

Eu: bosta, você: bosta
Sei que todo mundo é bosta
Um bosta qualquer para vereador...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Eu cobro o aparelho?

Quando a gente ama não pensa em dinheiro
Só se quer amar, se quer amar, se quer amar
Tim Maia (Não quero dinheiro)

Um post até meio antigo, sobre cobrar ou não a instalação do aparelho ortodôntico, tem rendido uma discussão legal. Dois leitores comentaram ultimamente, e eu vou tomar a liberdade de reproduzir aqui parte dos comentários deles e discutir um pouco. Para quem quiser ler o post completo e os comentários, é um dos 10 mitos da ortodontia, vá até lá.

Pois bem, o Stenio diz:

"Na minha opinão o termo cobrar aparelho ja é absurda! O que vc esta cobrando é o valor do tratamento ortodontico, que inclui o seu diagnostico, o seu planejamento e sua técnica, ou seja seu conhecimento."

Eu concordo totalmente. Foi exatamente isso o que eu quis dizer, nós não vendemos geladeiras, nós prestamos um serviço de saúde que pode, se mal feito, prejudicar o paciente de forma irreversível. Se eu me dediquei a vida toda para chegar onde estou, investi muito tempo, dinheiro e suor para me tornar um bom profissional, porque eu não posso cobrar por isso?

Outro leitor, que não assinou, escreveu embaixo:

"agora sei q quando for colocar aparelho com vc sei que vou pagar pelo aparelho da abizil r$39.90, pois vc e um dentista honesto e esse o valor maximo de uma boca, desde já agradeço e gostaria de saber o valor da manutenção, pois a troca de fios e borrachas não deve sair por mais de r$ 5.00"

Esse não concordou e foi meio sarcástico. Eu até acho que ele entendeu, mas resolveu usar o sarcasmo. Tudo bem, a única coisa que eu não tolero é a falta de educação. Ele foi sarcástico mas educado, então eu mandei um e-mail pra ele explicando mais ou menos isso aí que o Stenio escreveu, que o que a gente cobra não é o bracket, o fio ou o elástico, mas o nosso trabalho, anos de experiência, estudo e dedicação. Se você se submeter a uma cirurgia plástica, digamos uma rinoplastia, que chega a custar mais de cinco mil reais, não venha me dizer que o médico está cobrando o material que ele usou. O que é que ele cobra? Porque eu não posso cobrar pelo meu conhecimento, a minha habilidade, a minha experiência? Vá a um advogado, para que ele o defenda em uma causa. Ele cobra pelo seu serviço e ninguém reclama. Mas eu, ortodontista, tenho que trabalhar de graça?!?

Aí vem a questão: mas eu não trabalho de graça. Eu digo ao meu cliente que NÃO VOU COBRAR PELA INSTALAÇÃO DO APARELHO, mas é o meu trabalho, não é justo que eu não receba pelo meu trabalho. E eu tenho que pagar as contas da clínica, o salário da secretária, eu preciso sustentar a minha família...

Então eu cobro de outro jeito, eu diluo o valor nas manutenções. O que foi que eu fiz? Eu disse que não ia cobrar, não foi? E agora, doutor, você cobra ou não? E o que você diz ao seu paciente?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Franquias 2 - atualizado

Não é novidade pra ninguém que eu sou radicalmente contra franquias, estratégias de marketing (brrrr...) e outros truques que alguns 'colegas' usam pra aumentar seus ganhos no consultório, ao invés de estudar e se aperfeiçoar.

Mas, pra ninguém dizer que eu sou 'inflexível' e não aceito opiniões diferentes da minha, aqui está o testemunho do Fernando, que não deixou e-mail (infelizmente), mas foi educado e escreveu de forma clara e concisa. Assim eu gosto de discutir, com pessoas que têm argumentos lógicos, como esse colega, que conta a sua história de sucesso com uma franquia. Quem me dera todas fossem assim, ele conseguiu uma façanha, espero que continue assim. Parabéns, Fernando, tomei a liberdade de publicar seu comentário aqui.


Olá Mr. Teeth, Acho válido seu comentário, mas vou dar meu testemunho.
Sou ortodontista, sai do meu curso de especialização, fiquei 4 anos no mercado, não conseguia dinheiro para pagar minhas contas básicas mensais.
Arrisquei o único dinheiro que tinha numa franquia odontológica, achava que o milagre era muito grande, mas me surpreendi.
Tive um treinamento excelente na área de gestão de um negócio, desde a parte da limpeza de uma clínica até o pós tratamento de um paciente. Hoje tenho um negócio, e não apenas um consultório nos moldes antigos. Tenho um faturamento bruto de mais de R$70.000,00 mensais, comando uma equipe muito bem treinada, numa clníca linda e de renome nacional. E nunca me imaginei numa posição dessas, pena que não descobri esse negócio antes.
Não estou aqui para fazer propaganda de nenhuma franqueadora, por isso não vou colocar o nome dela aqui, apenas escrevo para relatar minha experiência com esse novo formato de odontologia. E indico para os interessados, pois foi um negócio que mudou minha vida.
E ainda vou dizer mais, sabe aquele caso ortodôntico que vc fica inseguro na hora de planejar? Na rede que faço parte, não existe erro em plano de tratamento, temos uma rede grande de ortodontistas que se ajudam para resolver da melhor forma cada caso.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

O photoshop* e a confusão sobre as profissões

* Corrigido, muito obrigado pelo aviso.

Opera daqui, conserta dali

Acaba outdoor do Rei do bisturi
Almir Sater (Três toques na madeira)

Está lá, na página 102 da revista Veja do dia 16/04 a declaração da Adriana Cury (no meio do terceiro parágrafo), que é expert no assunto: "Nao usar o fotoshop é como se negar a tratar um dente tendo médico e remédio disponíveis".

Mas, peralá: médico pra tratar dente?!? Acho que a nossa amiguinha se confundiu, ela quis dizer que é como não tratar um furúnculo tendo médico e remédio. Porque dente raramente se trata com remédio e, muito menos com médico. Dente se trata com tratamento especializado, feito por um Cirurgião Dentista formado, não é? Ou eu estou muito enganado?

Em tempo: devo me desculpar com os espíritos mais sensíveis por ter chamado de covardes os comentaristas deste obscuro e inútil blog que não se identificam. Teve um que reclamou e citou o fato de eu também não me identificar. Então eu explico: o blog é meu, lê quem quiser, se o fato de eu usar um 'alter ego' incomoda, é só mudar de página, isso é muito fácil. Além disso, quem se identifica me dá a oportunidade de discutir o assunto, civilizada e educadamente, eu posso até criar um post com o comentário da pessoa e tentar discutir em termos decentes, mas se a pessoa não se identifica, não tem como. Outra coisa: quem quiser, consegue descobrir quem eu sou. Não é nada difícil, vários leitores já conseguiram. E quem quiser discutir algum assunto comigo, será muitíssimo bemvindo, eu não me nego a discutir nada, desde que em termos civilizados e educadamente.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Bem-feito

Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Chico (Homenagem ao malandro)

Eu não sei fazer as coisas meio pela metade. Se eu começar a fazer alguma coisa, pode cair o mundo à minha volta que eu não largo até que fique perfeito, na minha humilde opinião. Acho que eu sofro muito por isso, porque a gente não consegue ser 100% em tudo o que faz, então, quando eu não consigo chegar ao meu nível de expectativa, a frustração é certa. E fica o sonho de voltar lá e terminar o que eu comecei.

Outro dia um idiota entrou aqui e fez um comentário anônimo (como todos os covardes, ele não colocou o nome) sobre um post meu que falava sobre convênios, franquias ou sei lá o quê. O infeliz não merece que eu vá procurar link pro post em questão, ele deve ganhar a vida vendendo essas picaretagens e não gostou do que eu escrevi. Se não gostou, mude de página. Eu não gostei do que ele escreveu e apaguei, o blog é meu e eu faço o que eu quiser.

Mas o foco aqui é outro: eu não sei ser picareta. Eu sou das antigas. Eu faço questão de atender pessoalmente TODOS os meus clientes, acho que eles gostam disso, é uma atenção especial do profissional. Além disso, a gente evita que uma auxiliar desastrada ponha o tratamento a perder. Podem me perguntar se isso vale a pena, do ponto de vista financeiro. Não, não vale. É muito mais lucrativo eu colocar 4 clientes na clínica e 4 auxiliares atendendo-os, enquanto eu só fico supervisionando, planejando os casos, fazendo as consultas iniciais e aproveitando o dinheiro. Mas o meu sistema é esse mesmo, eu gosto de atender um por um. Tem muita gente que argumenta comigo que a socialização da Ortodontia é um processo inexorável. Concordo, mas da forma como está sendo feita, é um horror. Socializa-se a profissão com evidente perda de qualidade. Não venha me dizer que você consegue supervisionar 4 pacientes ao mesmo tempo, porque não consegue. Sempre fica alguma coisa pra trás.

Então, eu não ligo se eu ganho menos que os caras que enchem a clínica de 'auxiliares' e atendem trocentos clientes de cada vez. Eu gosto que os meus tratamentos fiquem perfeitos, independente de quanto eu vá ganhar no final do mês. Já até perdi as contas do tanto de vezes que escrevi isso aqui, mas é a pura verdade. Não aceito socializar a profissão enchendo o mercado de maus profissionais e aproveitadores de todos os tipos, que ganham com o nosso trabalho lançando convênios e franquias. Chega de picaretagens.

domingo, 6 de abril de 2008

Vono Box

Eu não sei dizer nada por dizer, então eu escuto
Se você disser tudo o que quiser, então eu escuto
Fala... fala!
Luli e Lucina (Fala)


Agora eu descobri uma coisa legal: o Vono. Não é pra fazer propaganda, que eu não ganho nada com isso, mas eu posso ligar para a parentalha de Campo Grande pagando ligação local. E eles podem me ligar também. Legal.

É claro que não é tão barato quanto no Skype, que não cobra nada pela comunicação com áudio e vídeo, mas aí os dois comunicantes têm que ter computador com banda larga. O legal do Vono é que a tia que não tem computador (e, mesmo que tivesse, não saberia usar) pode se comunicar comigo por um preço razoável. Achei interessante ao ponto de comprar um telefone USB (ainda não tive coragem de desembolsar 300 pilas num ATA, mas eu chego lá).

Depois de duas semanas no ap novo, uma praia fenomenal aqui em frente e o verão eterno da Paraíba, achar o Vono foi a coroação de uma série de coisas boas que têm me acontecido.

ATUALIZAÇÃO

Se você for contratar alguma coisa parecida com o Vono (leia-se, qualquer pacote de Voip), NÃO COMPRE O TELEFONE USB!!! Eu comprei e me arrependi. Gastei 70 pilas em um aparelho completamente inútil, acabei guardando o danado na gaveta e usando o fone de ouvido com microfone que custou 15 contos na feira. Funciona melhor, deixa as mãos livres, é mais confortável e mais barato.

terça-feira, 11 de março de 2008

Novo lar

I left my heart in San Francisco
High on a hill, it calls to me
George Cory and
Douglass Cross (I left my heart in San Francisco)

Pois eu deixei o meu coração em Intermares. É uma praia em Cabedelo, região metropolitana de João Pessoa, minha nova cidade, minha nova paixão. Intermares é um bairro tranquilo, à beira-mar, bem no meio do caminho entre os centros de Jampa e Cabedelo, ou seja, perto de tudo, longe da muvuca de cidade grande.

Parece uma cidadezinha de praia. Um mar que... nem vou falar. Melhor você ver com seus
próprios olhos, o que eu vi da sacada do meu ap novo:


Tá, eu sei, é só um pedacinho do mar que dá pra ver, mas pra mim, que morava a 1.200 Km da praia mais próxima (Santos), é um sonho. E o melhor: não dá pra ver mais mar porque é no primeiro andar, mas logo depois dessa casa aí, com telhado branco, é a praia. É só atravessar a rua e mais 20 metros de areia, já estou no mar. Nesse mar maravilhoso aí.

Na esquina tem um vendedor de água de côco. Custa 1 real o côco gelado e pronto pra beber. Agora é só fazer a mudança, que vai demorar, porque Campo Grande é muito longe daqui, o caminhão demora pra chegar. Mas eu já tenho onde me encostar.

Intermares

Your golden sun will shine for me.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Imagens

A cidade é uma estranha senhora
Que hoje sorri e amanhã te devora
Chico (A cidade ideal)

João Pessoa é uma bela cidade. Tem coisas aqui que me encantam, que eu nunca tinha visto em outro lugar. Uma delas é a fileira de árvores de Pau-Brasil na Avenida Epitácio Pessoa, sombreando as calçadas. A cidade é cheia dessas árvores. No bairro de Tambaú, em uma das calçadas, as árvores, ainda pequenas, foram cortadas, provavelmente por estarem doentes, expondo o toco com a característica e incrível cor vermelha. Esses tocos estavam sendo arrancados ontem, não tive e oportunidade de fotografar. Se ainda tiver algum hoje, prometo registrar.

Mas eu registrei as árvores magistrais da Epitácio (foto de celular, me desculpem):


Atualização:

Passei pelo lugar dos tocos e fotografei, eles ainda estão lá, veja a cor, que impressionante:

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Reencontro

Hoje é dia de visita: vem aí meu grande amor
Ela vem toda de brinco, vem todo domingo, tem cheiro de flor
Chico (O Velho Francisco)

Finalmente vou rever minha gata, que conseguiu passagens por preços razoáveis para vir a Jampa ver a família, no final do mês. Vai ser muito bom, depois de um mês afastados, estamos todos ansiosos e felizes pelo reencontro. Ela fica aqui por 10 dias e volta a CG pra terminar os últimos acertos da mudança.

Eita, que essa semana vai demorar pra passar, até ela chegar aqui! Mas vai valer a pena esperar.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Triste que nada!

Doces lundus pra nhonhô sonhar, à sombra dos oitis
Eu posso vender. Que é que você diz?
Chico (Bancarrota Blues)

Hoje, relendo as coisas que eu escrevi sobre a minha mudança pra Jampa, eu pareci muuuuito triste, o que não corresponde à realidade. Na verdade, tem coisas que me deixam menos feliz do que eu gostaria, a distância da minha gata, ficar sem carro em uma cidade grande, a dificuldade de arrumar casa pra alugar, essas coisas.

Mas, no geral, eu estou feliz. Estou realizando um sonho antigo, morar no Nordeste, perto da praia, perto de um mar que muda do azul pro verde e a gente fica pensando qual a cor mais bonita... um mar de águas calmas e mornas, onde a gente fica de molho até bem depois do pôr-do-sol e volta pra casa de noite, exausto, pra dormir com a brisa fresca, mais do que bem-vinda numa terra que faz tanto calor.

Estou fazendo novos amigos, conhecendo gente nova, conhecendo a cidade. O povo daqui é fantástico, dizem palavras que eu não conhecia, parece até outra língua. Às vezes eu me pego pedindo para as pessoas repetirem as frases, mais devagar, pra eu poder entender, principalmente no telefone. E a cidade é linda. Uma das avenidas principais, a Epitácio Pessoa, é ladeada por pés de Pau-Brasil!!! Dezenas de árvores, enormes, de tronco negro e pequenas folhas verdíssimas, fazendo sombra na calçada. Já gosto de caminhar pelas ruas, bem mais seguras do que em CG. Claro, nenhuma cidade no Brasil é muito segura, mas aqui, com certeza, é menos perigoso do que outros lugares que eu conheço.

As meninas estão se enturmando, se acostumando. Sapavéia é um apoio fundamental, amiga querida, e as primas também dão a maior força. Aqui tem 5 cachorros, sendo 4 poodles (Sivuca e Bolota, os machos, Totinha e Pretinha, as fêmas) e um Akita, enorme, que fica isolado dos outros, pra evitar um lanche fora de hora. É um anjo e se chama King. Mas mesmo anjos podem lanchar um poodle de vez em quando, né?

Neste final de semana vamos a Camboinha, praia que fica a 20Km ao norte, e é ainda melhor que as daqui da cidade. Ou seja, amanhã e depois eu não escrevo. Estarei muuuuito ocupado :^)))

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A queda da guerreira

A morte pra mim não é despedida
Porque a morte é a vida

Que se faz continuar

Martinho da Vila (Clara Nunes)


Hoje eu soube que morreu a minha cachorrinha, lá em Campo Grande, por obra e arte da piometria, uma infecção uterina que já me levou a Nina, uma pastor alemão que eu adorava. Agora foi a Fly, um bicho que chegou na minha casa por vias tortas, não agradava às pessoas, mas era uma criatura capaz de feitos incríveis.

Eu estou muito triste. Mais uma coisa pra me entristecer... mas eu vou superar, tenho certeza que dei a ela o melhor que podia, cama quente, comida boa, carinho, bricadeiras e uma mãezona, a Sissy, que cuidava dela como de um filhote. Era eu quem brincava com ela, nos poucos momentos em que nos encontrávamos. Ela era irrascível, teimosa, agressiva, fominha, mas eu gostava dela. Cachorro, quando morre, é como se morresse uma pessoa da família.

Sapavéia, a amiga que me recebeu em casa e está me aguentando até agora, disse uma coisa interessante: que, segundo Chico Xavier, quando está pra acontecer uma coisa muito ruim com a gente, o bicho próximo pede, espiritualmente, para ficar com o sofrimento. Se for assim, eu tenho que agradecer à minha pobre pinscher marrom, tão pequena, tão valente, tão guerreira. Ela venceu tantos obstáculos na vida que eu prefiro nem pensar. A Sapavéia é muito espiritualizada. Eu não, eu sou ateu, à toa e sem-vergonha, mas essa idéia mexeu comigo.

Vai, Fly, vai morder o calcanhar de algum anjo por aí, e saiba que nós todos sempre a amamos muito.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Criando rotina

Acordo de manhã, pão com manteiga e muito, muito sangue no jornal
Aí a criançada toda chega e eu chego a achar Herodes natural
Vinícius (Cotidiano No. 2)


Começamos a criar um ritmo em Jampa. As meninas na escola, eu procurando casa e consultório pra alugar. Nossa sorte é podermos contar com amigos incríveis que nos ajudam sem reclamar, sem querer nada em troca, só pela amizade mesmo. Viramos a casa da Sapavéia de pernas pro ar, ela nunca antes tivera crianças em casa, acho que está sendo uma experiência instigante pra ela :^).

Final de semana fomos a um almoço de família em Lucena, que fica a uns 20 Km daqui de João Pessoa e faz parte da região metropolitana. É uma vila de pescadores, daquelas com muita pobreza e nenhuma infra-estrutura, mas com um charme especial. Lá compramos do famoso 'camarão de Lucena', um camarão branco que eles chamam de 'médio', mas que é enorme! A Tica disse que nunca tinha visto camarões com cabelos tão compridos: "Pai, o cabelo dele é mais comprido que o meu!". Aí, é claro que saiu camarão com cerveja depois, né? Ninguém é de ferro.

A Respectiva, que ficou em CG, fala com a gente todo dia, via MSN. Temos câmeras em todos os computadores, então conversamos por vídeo-conferência, mas sempre tem um 'papagaio de pirata' atrás dos nossos ombros, nós nunca conseguimos conversar com alguma privacidade... e eu tentando economizar para os primeiros tempos, porque eu não sei como é que vai ficar o nosso dinheiro, acabo não ligando pro celular dela (o único telefone que sobrou, os outros eu mandei cancelar), então as conversas são sempre genéricas, só sobre as vitórias e os problemas que temos por aqui, nunca uma conversa íntima. Isso é o que mais me exaspera, nós sempre conversamos muito, durante as nossas caminhadas. Eu sinto falta das conversas, da presença, até do cheiro dela. Mas vai passar, daqui a pouco ela está aqui. Não sei quando, mas não vai demorar.

Ah, e antes que eu me esqueça: se você tem uma linha celular da Brasil Telecom e quer cancelá-la, prepare-se. A jornada é dificílima! Meu conselho: ligue o carregador de bateria e o fone de ouvido no seu celular, vá para a frente do computador, faça a ligação, abra uma janela do navegador e fique brincando com a internet até conseguir falar com um dos atendentes. Quando perguntarem porque você está cancelando a sua linha, diga que está se mudando para Belfast, aceite TODAS as condições e anote o protocolo. Só assim você não vai desistir no meio do processo, como aconteceu comigo 4 vezes. Consegui na quinta, com esse artifício.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Chegada em João Pessoa

Trazendo na chegança: foice velha, mulher nova
E uma quadra de esperança
Edu Lobo (Chegança)


Agora estamos mais tranquilos, depois da viagem atropelada. Sapavéia nos recebeu superbem, com o maior carinho do mundo, o que foi muito bom, porque estávamos precisando mesmo. A secretária da casa dela é muito tranquila e educada, um amor de pessoa. Cozinha tão bem que eu estou preocupado, vamos começar a engordar! Mas, mesmo com tudo isso, eu ainda exito em desfazer a mala, enorme, que trouxe com roupas para passar sei lá quanto tempo, na casa dessa amiga querida, mas que não é a minha casa, por mais que ela me faça sentir à vontade. E sem a minha mulher. É engraçado como a distância mexe com a gente de formas diferentes: eu já fiquei longe da Respectiva tantas vezes, por tempos até maiores do que esses 3 dias (até agora), mas sempre tinha data certa pro reencontro.

Agora eu não sei quando poderemos nos ver de novo. Eu sei que não será muito tempo, faltam só alguns ajustes para a transferência dela pra cá, mas não tem dia certo. Eu preciso, primeiro, ver uma casa pra alugar ou comprar (não sei se vai ter algum louco no banco pra me financiar alguma coisa...), ela manda a mudança e as cachorras e vem logo depois. Mesmo assim, não está fácil. É dura, a incerteza.

Bom, mas agora a Teca já foi para a sua primeira aula na escola nova. Estava morrendo de medo, mas foi super bem-recebida lá, não ligou no meu celular até agora, sinal de que tudo vai bem. Logo mais vou buscá-la. A Tica também já escolheu o colégio para fazer o cursinho, hoje vamos fazer sua matrícula. Também vamos abrir conta no banco e comprar 'chips' para os celulares, que ainda têm linha lá do Mato Grosso do Sul. Para tudo isso, aluguei um carro. Espero não ter que ficar mais de uma semana com ele, porque é caro pacaramba!

Mudança 2

Oh! triteza me desculpe, estou de malas prontas,
Hoje a poesia veio ao meu encontro, já raiou o dia, vamos viajar...
Marisa Gata Mansa (Viagem)


A VIAGEM

Saímos de Campo Grande às 5 horas da manhã, sob uma choradeira danada. Eu nunca tinha saído tão triste de casa pra viajar. Nós todos adoramos viajar, mas essa foi diferente, porque fomos só eu e as meninas, Tica e Teca. Tica, de 17 anos, estava menos abalada, mas Teca, de 14, deixou o primeiro namorado no aeroporto, aos prantos. Foi chorando até Goiânia, uma hora e meia de viajem. Eu, me sentindo um monstro, por causar tamanha comoção. Deixamos pra trás também a Respectiva, então imagine as meninas deixando a mãe no aeroporto. A Respectiva ainda tem que resolver uns trâmites burocráticos antes de vir, mas a gente não sabe quanto isso vai demorar.

O pouso em Goiânia animou um pouco as coisas. O dia já clareava e, por conta da crise alérgica da Tica e do choreiro da Teca, as duas ficaram com os narizes entupidos. Ora, sabemos bem que a pressão da cabine do avião varia um pouco em pousos e decolagens, então as duas tiveram dor no seio frontal (que fica logo acima do nariz, entre as sombrancelhas), durante o pouso. A coincidência da dor fez o clima mudar, todos começamos a achar a coisa engraçada, mas estávamos todos tristes, na verdade. 15 minutos em Goiânia e mais 15 de vôo até Brasília.

O aeroporto de Brasília parece um shopping. Lá nós trocamos de avião e tivemos que esperar uma hora e meia. Compramos descongestionante para o nariz, analgésicos, colírio (a Tica esqueceu o dela em CG), tomamos café com pão de queijo e conversamos um pouco. Eu sempre tentei falar positivamente dessa mudança, que é pra melhor, uma boa oportunidade para vivermos com mais simplicidade e tranquilidade, em uma cidade menos estressada, cercados por amigos queridos, mas as meninas deixaram tudo lá em CG. Amigas, namorados, lugares, lembranças... até a mãe!

O avião saiu de Brasília na hora certa. Pousamos em Recife até adiantados, com mais dores de cabeça nas meninas, mesmo com o descongestionante. Nesse ponto nós já estávamos mais tranquilos, conversamos bastante e lemos um pouco. Como chegamos cedo em Recife, a decolagem demorou mais do que o esperado, e chegamos a João Pessoa na hora marcada, nem um minuto de atraso. Sapavéia tava nos esperando no aeroporto, dali nos levou pra almoçar (sushi e sashimi, deliciosos), pra ver um pouco da cidade e pra tomar um banho de mar em Camboinha. Estávamos todos muito cansados e loucos pra trocar de roupa e dormir. Chegamos em casa antes de anoitecer e enchemos a cara de cerveja (eu e a Sapavéia), tocamos um pouco de violão e dormimos o sono dos justos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Mudança

Eu vou prá Maracangalha, eu vou!
Eu vou de 'liforme' branco, eu vou!
Eu vou de chapéu de palha, eu vou!
Eu vou convidar Anália, eu vou!
Dorival Caymmi (Maracangalha)


Tá, então eu vou explicar: eu vou me mudar de cidade. Hoje eu moro em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, aquele que era parte do estado de Mato Grosso, que foi dividido, tornando-se dois, no ano de 1997. Faça as contas: até hoje tem gente que confunde os dois estados. Morei aqui a minha vida inteira, desde que nasci até hoje, só saí para fazer mestrado, quando morei durante dois anos em São Paulo, uma época muito feliz na minha vida.

Agora me aparece uma oportunidade de morar no Nordeste, antigo sonho. Então eu não vou esperar pra ver se é só brincadeira, eu vou fazer acontecer! Eu vou!

Lembra que eu fui até João Pessoa, na Paraíba (atenção, não é em Pernambuco) e achei o máximo? Pois é, eu vou me mudar pra lá. Estou de viagem marcada, de mudança, de mala e cuia. Provavelmente esta é a última vez que escrevo daqui, do meu consultório em Campo Grande. Viajo no dia 05/02, com as filhotas, para ficar por lá. A Respectiva ainda tem alguns trâmites burocráticos pra resolver por aqui, então ela vai logo depois. Mas eu não volto mais, só pra passear, pra ver os parentes. E estou queimando meus navios...

Duas coisas me doem nessa mudança: vendi meu carro, que era um símbolo da minha independência, mas custava caro, não era novo, gastava muito, já estava começando a dar oficina e a prestação era um horror. Vamos levar só o da Respectiva, que é menor, mais novo, mais econômico, prestação mais barata. Fazer o que, voltar a ter um carro só. Outra coisa que está doendo é transferir meus clientes. Estou sugerindo o nome de dois colegas (o Cotonette e o Galalau) e entregando a documentação original, junto com um relatório do que foi planejado e executado até agora. Meus clientes são a expressão de eu ser ortodontista, me dói muito mandar pra outro colega - ainda que esses colegas sejam muito queridos - sem terminar os tratamentos que eu comecei. Mas não dá pra manter o consultório aqui e vir uma vez por mês, como chegaram a me sugerir, pois os pagamentos desses clientes, para eu não ficar no prejuízo, teriam que sofrer um aumento beeeem grande. Então, o melhor que eu tenho a fazer é mandar pra outro mesmo.

Por outro lado, estou animadíssimo com a mudança. É começar vida nova! Em um lugar que eu sempre sonhei morar, montar clínica, trabalhar em universidade federal! As meninas também estão animadas, já estão matriculadas em escolas de lá e as aulas começam logo depois do carnaval. Eu ainda tenho que arrumar casa pra alugar (não vai ser difícil, tá assim de gente me ajudando com isso), montar meu consultório e mandar a mudança (nossa, o preço de uma mudança daqui pra lá é impressionante!), mas isso são detalhes. O mais importante é que nós decidimos que vamos morar lá, agora lá será o nosso lar, vamos nos tornar parte do lugar. Vou me esforçar para contar aqui a novela da mudança conforme for acontecendo, mas não posso prometer muito, porque devo ficar uns bons dias sem computador, dependendo da bondade dos amigos para ler e-mail. Mas, assim que puder, coloco até fotos!

Desejem-me sorte, que eu acho que vou precisar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Fazer direito... ou ficar rico?

Depende de nós
Se este mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá
Ivan Lins (Depende de nós)

Pois não é que outro dia alguém postou um comentário em um post antigo, sobre os famigerados "aparelhos de graça" que viraram moda há uns tempos atrás? Reproduzo aqui o comentário do "Anônimo":

Gente... vcs estão vivendo no mundo da Lua... Me diga... como faz pra chegar até aí??? Isso tudo é ilusão... não se ganha mais dinheiro fazendo uma odontologia bonitinha !!! Camarão que dorme a onda leva !!!

Bom, como o blog é meu, eu já avisei, me dou o direito de publicar e argumentar sobre os comentários dos leitores, infelizmente esse colega não assinou, mas mesmo assim eu não vou fugir da discussão.

Então, vamos lá. Para chegar até aqui, onde nós estamos, eu e outros leitores que também comentaram, é preciso estudar, estudar muito, e, se você achar que ainda não está preparado para fazer uma Odontologia de excelência, estudar mais ainda. Nós não estamos vivendo no mundo da lua, mas fazemos nossa parte para que este mundo em que vivemos seja um pouco melhor. Jogamos nossas gotinhas de água na floresta em chamas, como aquele passarinho da história. Nada disso é ilusão, ou talvez seja, mas sem ilusão, de que vale a vida? É preciso sonhar, acreditar que podemos melhorar. Sem isso, o sentido de viver se vai, seremos simplesmente máquinas, tentando sobreviver, ganhar dinheiro, superar as outras pessoas, ao invés de conviver em harmonia com elas.

Por outro lado, quando você diz que 'não se ganha mais dinheiro fazendo uma odontologia bonitinha', eu fico preocupado. Eu não quero uma odontologia bonitinha. Eu quero uma Odontologia fantástica, a melhor, o que de mais moderno existe. Eu quero o melhor para o meu cliente, independente do dinheiro, porque este é conseqüência do trabalho bem feito. Eu EXIJO a melhor Odontologia, que ela seja linda, que ela seja de primeiríssima qualidade! Quando colocamos o ganho financeiro à frente do bem-estar e da saúde do nosso paciente, começamos a morrer como profissionais, nasce aí o comerciante. Comerciantes são ótimos, quando vendem calças, camisas, sapatos e outros objetos. Vender saúde é diferente. Não há margem para erro. Se você não fizer o melhor, sem pensar primeiro no seu dinheiro, a probabilidade de sair merda* é grande.

Finalmente, não somos camarões. As ondas que aparecem na Odontologia são nada mais do que isso mesmo: ondas. Chegam, sacodem tudo e se vão. Nós ficamos. Ficamos fazendo o melhor possível, ficamos com a certeza de que onda nenhuma vai nos fazer diminuir a qualidade do nosso trabalho, porque acreditamos em um mundo melhor. Não se deixe levar, colega, por essas ondas passageiras, crie vergonha, seja um bom profissional e fique em paz com sua consciência. Trabalhe direito, valorize-se, não minta para os seus clientes, faça um trabalho honesto e de excelente qualidade, estude, estude muito, porque assim se fazem os grandes profissionais, aqueles que realmente fazem a diferença.

É possível, sim, fazer direito e ganhar dinheiro. Acredite!

* Desculpem-me os leitores mais sensíveis, por essa palavra de 'médio calão', mas não consegui encontrar nada mais adequado ao que estava pensando. Tentei reproduzir fielmente minha sensação no momento. Afinal, sou humano, também falo palavrão.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Feliz Ano Novo

Me desculpem o sumiço, o silêncio, a ausência. Estou estudando pro concurso e arrumando minhas malas para a mudança. Mudar de cidade dá um trabalhão danado. Além disso, preciso transferir os tratamentos dos meus clientes do consultório para outro colega, preparar aula pra especialização e terminar coisas que eu não terminava há anos...

Então um feliz 2008 a todos e nos vemos, quem sabe, quando eu estiver na casa nova.