Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

Use antes de agitar: leia as normas do blog e lembre-se: comentários são moderados. Anônimos não serão publicados.

E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

terça-feira, 22 de agosto de 2006

O que o cliente quer ouvir

Me diz que eu sou seu tipo
Repete, amor, que eu acredito
Eduardo Dusek (Seu tipo)

É difícil para o cliente ouvir do profissional que sua expectativa de tratamento está errada. Normalmente a pessoa chega à clínica com uma idéia relativamente concreta do que a espera: "vou a um ortodontista, devo usar aparelho nos dentes por um ano e tanto, vai doer e tals". Quando ouve o que não queria, não gosta, claro. Se o ortodontista diz que o caso é cirúrgico, ou que precisa de um tratamento periodontal antes e isso não fazia parte dos planos, é quase certa a decepção.

Durante muito tempo eu me recusei a fazer tratamentos ortodônticos de casos que exigiam cirurgia se o cliente não quisesse operar. Perdi todos. Muitos dos clientes até não se recusariam a operar, mas queriam ter uma opção. Hoje, mais experiente, eu dou opção a eles - um tratamento que vai 'quebrar um galho', apenas maquiando o problema, sem corrigi-lo realmente. Faço isso roendo o céu da boca, eu sei que não está certo, mas eu preciso dar uma opção ao meu cliente, ou ele vai acabar encontrando um que diga o que ele quer e, com certeza, vai se dar mal. Isso aconteceu com a moça da cirurgia e com muitos outros que eu vi por aí.

Acontece muito em casos de extração. O cliente já chega dizendo que não quer extrair dentes, se eu fincar o pé e dizer que sem extração eu não trato, ele vai achar outro que trate. Então eu preciso dizer: "Vamos começar assim, se depois do alinhamento dos dentes você estiver feliz com o resultado, terminamos. Se não, estudamos as possibilidades". Entre essas possibilidades estão as extrações e, até lá, ele pode estar convencido de que esse é o melhor caminho.

Mas o principal nisso tudo é nunca mentir para o cliente. Deixar muito claro que o tratamento alternativo é sempre muito inferior em resultados ao inicialmente proposto. Que o 'quebra galho' não vai resolver o problema, vai apenas varrer a sujeira pra baixo do tapete. Nunca dar a impressão que vai ficar bom, porque não vai. Não existem milagres, infelizmente.

Nenhum comentário: