Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Chico Buarque (Homenagem ao malandro)
Já há algum tempo eu ando com uma idéia me martelando a cabeça: a de que a odontologia é uma profissão suicida. Sempre achei isso porque dentista insiste em prevenção. Ora, se a tal prevenção der certo, ninguém mais vai ter cáries, problemas periodontais, gengivites, essas coisas. Pronto, está decretado o fim da necessidade de ir ao dentista. Basta o cidadão cuidar bem dos seus dentes, cumprir direitinho as recomendações de milhares de “entendidos” no assunto - a professora da escola, o médico pediatra, sites na internet.
Pois bem, agora eu estou começando a ver que a história não é bem essa. Começo a perceber que a odontologia, que começou como uma especialidade da medicina (e é até hoje, na Europa) não é assim tão inocente. A odontologia se realimenta, os dentistas nunca vão deixar o seu ganha-pão sumir. A não ser pelos adeptos do marketing, os bons dentistas sempre terão de onde tirar uns caraminguás para sustentar a família. Porque eu digo isso? Porque cáries, doença periodontal, gengivite e outras mazelas bucais sempre existirão enquanto existirem dentistas.
Todos sabemos que algumas pessoas são, naturalmente, resistentes a essas doenças. Se não tratarmos os doentes, a seleção natural cuida de elimina-los e, os que sobram, são os resistentes. Ou seja, se todos os dentistas do mundo, de repente, desaparecerem, dentro de três ou quatro gerações TODAS as pessoas serão resistentes. Acabou-se a dor de dente, o sangramento gengival, o mau hálito. E com isso, acabou-se a tortura das agulhas, alta rotação, raspagens, cirurgia.
Então é assim: os dentistas tratam os doentes porque eles não têm resistência, terão filhos também susceptíveis que deverão ser tratados e o círculo continua indefinidamente, até que o último dentista desapareça e permita que a humanidade se livre desse fardo.
Reboot?
Há 2 dias
Um comentário:
Pensa assim, amigo. Muitas e muitas gerações deverão ter nascido para que exista esta possibilidade. Se bem que o mau hálito, sinceramente, acho que os joão bafo-de-onça nunca vão sumir.
um grande abraço
maristela
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