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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Por dinheiro

"Joga o jogo
Joga a vida roubada"
João Bosco (Jogador)

Hoje eu vi duas notícias sobre médicos que me deixaram triste. Eu ando falando muito de medicina aqui neste blog sobre odontologia, mas sempre tem uma ligação e, neste caso, muito próxima:
  • Dois médicos, em São Paulo, ofereceram tratamentos com células-tronco a seus pacientes. Um desses pacientes, uma criança com paralisia cerebral, teve convulsões após a segunda dose da suposta medicação que continha as células. Analisados, os preparados não tinham, claro, célula alguma. Um dos medicamentos era, inclusive, um pó. Célula em pó, vejam!
  • Uma médica com clínica no Espírito Santo é acusada de mutilar pacientes em procedimentos de lipoaspiração. A moça afirma que é formada há 6 anos e tem pós graduação em dermatologia e medicina estética, mas os órgãos competentes não têm registro das especialidades nem a vigilância sanitária emitiu alvará para o funcionamento da clínica.

Bom, os médicos também têm seus problemas, mas cuidam deles com muito mais cuidado do que os dentistas. Talvez porque os erros médicos podem resultar em morte ou mutilações muito mais graves do que os dos dentistas. Mas o princípio é o mesmo: em busca de dinheiro, o profissional apela para qualquer expediente: mentiras, medicamentos falsificados, técnicas sem comprovação científica, enganações, bruxarias...

Até quando? Na odontologia isso é muito mais comum do que se imagina, estima-se que metade dos tratamentos ortodônticos não cheguem a bom termo, só que os pacientes não reclamam. Porque é relativamente fácil de consertar, em último caso fazem-se coroas nos dentes e o resultado fica razoável. Desde que o sorriso não fique medonho, não tem grandes problemas.

Mas até quando o dinheiro vai estar à frente da integridade física do paciente? Até quando vai estar á frente do respeito pelo ser humano? Da própria dignidade do profissional? Profissionais com formação inadequada, caráter questionável, amor pelo poder e recursos de marketing, que fazem com que os pacientes acreditem que terão um bom tratamento são mais perigosos do que traficantes armados com AR15 descendo os morros.

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