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Da Paraíba para o mundo, com amor:

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Informação

"A gente às vezes tem voltade de ser
Um rio cheio pra poder transbordar"
Toquinho-Vinícius (Fogo sobre terra)

Eu já andei falando por aqui (não me lembro onde) sobre o site da Colgate, com informações muito boas sobre saúde bucal. Pois eu achei lá um artigo sobre clareamento que é uma das coisas mais sensatas que já se escreveu sobre o assunto. Eu conheço bem os materiais empregados nessas técnicas, mas não faço clareamento no consultório. Eu sou ortodontista. Mesmo assim, eu sei que fazer clareamento dental não é a mesma coisa que passar batom.

Clareamentos são feitos com aplicação de produtos químicos fortes e podem prejudicar os dentes. Omitir essa informação do cliente é, no mínimo, desonesto.

Da honestidade e da omissão da informação

Ontem eu vi um folder das Casas Bahia. Anunciavam computadores (!) a preços populares. Tá, um computador completo, relativamente bem equipado, por menos de 1.400 pilas tá até de bom tamanho, com monitor, teclado, mouse, aquelas coisas. Só que tem alguns detalhes: as Casas Bahia vendem muito para a população de baixa renda, povo sofrido que sonha com coisas que se vêem na TV e vê uma remota possibilidade de realizar esse sonho. Pois o tal computador é vendido assim: em 12 vezes, sem juros, de 106 merréis no cartão de crédito. Beleza. Quem não tem cartão paga no carnê. Vejam que beleza de financiamento, 1 + 22 de 98 pilas. Fez as contas? Sai quase o dobro do preço.

Além disso, ninguém fala que a máquina não vem com windows. O cara compra a máquina achando que vai chegar em casa, ligar na tomada e sair usando, quando, na verdade, vai ter que desembolsar ainda uns 200 contos pra um técnico instalar windows e office (o mínimo necessário, né?), conectar na internet, abrir uma conta e etc.

Êta, vida de pobre nesse país, além de cair na mão de dentista desonesto ainda é extorquido até pelas Casas Bahia. A bem da verdade, ninguém é obrigado a comprar nada por lá, mas que a tentação é forte, isso é!

Um comentário:

Marcos Matamoros disse...

Dr. Teeth,
A vida de pobre no Brasil é realmente difícil. Os juros cobrados pelas Casas Bahia são extorsivos, mas a questão é que eles dão crédito mesmo para o sujeito que tiver o nome no SPC ou não tiver como comprovar renda. O pobre fica naquela situação: se não compra nas Casas Bahia, só vai conseguir comprar depois de um ano, economizando o dinheiro todo mês e aplicando na caderneta de poupança ou num fundo DI. A segunda opção é claramente mais inteligente, mas o coitado do cara não quer esperar um ano para ter computador e entrar nos sites de mulher pelada que ele viu no do primo. Então ele compra nas Casas Bahia em 656 vezes com juros que quadruplicam o valor do bem

Um abraço,
Marcos