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segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Democracia

O PT está praticamente acabado. Eu, que vi o partido nascer, nos meus tempos de faculdade (como aluno, oras) sinto as dores de vê-lo decair em uma barafunda de corrupção e disputas internas, mentiras, bandidagem e canalhice maiores do que as dos partidos que eu sempre detestei até hoje. E no entanto, eis que vejo, no desenrolar das eleições internas do PT um lampejo do sentimento romântico democrático que eu tinha na época da faculdade: eleições livres e NÃO OBRIGATÓRIAS!!!

Aleluia! Até que enfim, o partido, ainda que alquebrado e desesperançoso de seu futuro, nos dá uma aula de democracia tornando suas eleições facultativas a seus filiados. Que beleza! Justo o PT, que ultimamente tem se mostrado autoritário, exigindo de seus deputados que votassem em Sarney e expulsando quem se recusou a votar em um dos mais emblemáticos símbolos do continuismo e do fisiologismo. Justo o PT, que nem sequer ousa falar em ética, tão sujo e desmoralizado está frente à população. Justo esse partido, que de esperança de esquerda se tornou um fiasco de centro-direita, nos dá uma lição de como se fazem eleições. Que sejam confusas, que dividam o partido, que marquem seu final suspiro como repositório dos nossos acalentados sonhos juvenis, mas essas eleições nos dão a esperança de que nem tudo está perdido.

Eu, que não aguento mais ouvir falar em obrigação, fico de alma lavada. Eleições costumam ser obrigatórias, até eleição de síndico, agora, resolve ser obrigatória. Eleição do presidente do CRO é obrigatória. O CRO e o Brasil têm muito o que aprender com o PT. Do bom e do ruim.

Um comentário:

franka disse...

acabando a tese?
vixe.
tem gente que nunca acaba.
vai fuuundo.