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segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Impostos, outra vez

Mas será possível que isso não acaba nunca?

Comecei a ler na revista Veja a crônica do Claudio de Moura e Castro. Desconfio do articulista desde o dia em que ele contou o caso de um laureado professor de ginecologia e obstetrícia que foi chamar um aluno sem título algum mas com grande experiência em PS para atender à sua filha, que estava em um parto complicado. Ele argumentava, na época, que títulos acadêmicos não valiam nada frente à experiência do aluno. Pois bem, da próxima vez que ele for ao dentista, provavelmente vai escolher um que não tenha estudado tanto, porque isso pode ser ruim, vai saber...

Bom, o que o moço escreve agora (e assina, vejam só) é que a classe média não tem o direito de ficar indignada frente à roubalheira dos nobres deputados porque também rouba. Por roubar ele entende sonegar imposto. Ora, vamos e venhamos: se eu for assaltado na rua e o bandido não encontrar os 20 contos que eu escondi na meia, eu vou ficar muito feliz. Serei preso por isso? Certamente que não. Mas quando o governo me assalta a conversa muda de tom: eu TENHO que mostrar o dinheiro da meia também, ou então o criminoso sou eu.

Ah, Sr. Castro, vá pentear macacos. Eu queria ver o senhor viver com salário de professor. Certamente não vive. Quanto a Veja lhe paga? O senhor declara tudo? Tem certeza? Tem moral pra falar de quem esconde o dinheiro do ônibus na meia?

Pelo menos, lá pelas tantas, ele confessa que acha que "o próprio Estado induz à sonegação, criando impostos que levariam à falência muitas empresas pequenas, se elas fossem pagá-los".

Ah, bom.

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