"Eu hoje acordei tão só, mais só do que eu merecia
E acho que será pra sempre, mas sempre não é todo dia"
Oswaldo Montenegro
Inveja. Eu gostaria de ser menos cercado de pessoas do que eu sou hoje. Solidão me faz muito bem. Eu adoro ficar sozinho, ler um livro, ver TV (se tiver cabo, porque a Grobo ninguém merece) ou bricar com a internet. Cada vez menos as pessoas me fazem falta, e eu sei bem o motivo: das que eu conheço, 99% são loucas ou têm caráter duvidoso, quando não apresentam as duas características. Por "pessoa de caráter duvidoso" entenda "mau-caráter" mesmo, se quiser ser menos delicado.
Encontrar uma pessoa que seja razoavelmente racional e razoavelmente honesta é uma raridade. Eu conheço pouquíssimas... deixa eu ver, contando nos dedos da mão esquerda... sobraram dedos. Essas pessoas, por mais que não estejam nem aí pra mim, acabam se tornando meus melhores amigos. Porque eu não suporto falta de caráter. Digo sempre às minhas filhas, quando elas acham alguém feio: "Feiura não é defeito. Defeito é ser mau-caráter".
O pior de tudo é que eu sou obrigado a conviver com essas pessoas no meu dia-a-dia. Se eu pudesse me isolar mais, ligar meu MP3 com fone de ouvido, abrir meu livro e ficar assim o dia todo, seria excelente. Acabo ficando com inveja do personagem da música, que acordou mais só do que merecia. Eu acho que isso, pra mim, seria meio difícil, porque eu merecia muito mais solidão do que eu tenho. Solidão é uma bênção, assim como o silêncio. Que maravilha, ficar só e em silêncio, para ouvir a própria respiração, sentir o coração batendo, sem ninguém pra incomodar, sem vizinhos pra tocar música ruim, sem cachorro latindo.
Nem precisa ser todo dia.
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