A morte pra mim não é despedida
Porque a morte é a vida
Que se faz continuar
Martinho da Vila (Clara Nunes)
Hoje eu soube que morreu a minha cachorrinha, lá em Campo Grande, por obra e arte da piometria, uma infecção uterina que já me levou a Nina, uma pastor alemão que eu adorava. Agora foi a Fly, um bicho que chegou na minha casa por vias tortas, não agradava às pessoas, mas era uma criatura capaz de feitos incríveis.
Eu estou muito triste. Mais uma coisa pra me entristecer... mas eu vou superar, tenho certeza que dei a ela o melhor que podia, cama quente, comida boa, carinho, bricadeiras e uma mãezona, a Sissy, que cuidava dela como de um filhote. Era eu quem brincava com ela, nos poucos momentos em que nos encontrávamos. Ela era irrascível, teimosa, agressiva, fominha, mas eu gostava dela. Cachorro, quando morre, é como se morresse uma pessoa da família.
Sapavéia, a amiga que me recebeu em casa e está me aguentando até agora, disse uma coisa interessante: que, segundo Chico Xavier, quando está pra acontecer uma coisa muito ruim com a gente, o bicho próximo pede, espiritualmente, para ficar com o sofrimento. Se for assim, eu tenho que agradecer à minha pobre pinscher marrom, tão pequena, tão valente, tão guerreira. Ela venceu tantos obstáculos na vida que eu prefiro nem pensar. A Sapavéia é muito espiritualizada. Eu não, eu sou ateu, à toa e sem-vergonha, mas essa idéia mexeu comigo.
Vai, Fly, vai morder o calcanhar de algum anjo por aí, e saiba que nós todos sempre a amamos muito.
Reboot?
Há 11 horas
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